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Crescimento do Japão desacelera no 2º tri e cria incerteza sobre aumento de imposto

Leika Kihara

12/08/2013 08h16

TÓQUIO, 12 Ago (Reuters) - A economia do Japão cresceu a um ritmo mais lento do que o esperado no segundo trimestre, dando munição para aqueles que procuram adiar a implementação de um aumento do imposto sobre as vendas, mesmo num momento em que a dívida do governo ultrapassou 1 quatrilhão de ienes (US$ 10,4 trilhões).

As despesas de capital caíram inesperadamente pelo sexto trimestre consecutivo, um sinal de que as empresas ainda não elevaram seus investimentos, apesar da sentimento positivo gerado pelas políticas do primeiro-ministro, Shinzo Abe, para gerar inflação.

A terceira maior economia do mundo cresceu a uma taxa anualizada de 2,6% entre abril e junho, o terceiro trimestre consecutivo de expansão, mas abaixo da expectativa de crescimento de 3,6%. A taxa do primeiro trimestre foi revisada para crescimento de 3,8%.

"Não há necessidade de elevar o imposto sobre vendas com pressa", disse o professor emérito da Universidade de Yale Koichi Hamada, conselheiro de Abe, à Reuters.

"Uma ideia é adiar tudo por um ano. Sinto que o aumento do imposto sobre as vendas, como previsto, pode prejudicar a economia."

Abe foi eleito em dezembro passado prometendo realizar estímulo fiscal e monetário agressivo para reanimar a economia japonesa.

Um impacto imediato foi um acentuado enfraquecimento do iene, um aumento nos preços de ações e uma forte expansão do consumo pessoal no início de 2013. Mas há dúvidas sobre o compromisso com a terceira etapa: reformas estruturais.

Como parte dos esforços para reduzir sua dívida, que é cerca do dobro do tamanho do PIB, o Japão prevê aumentar o imposto de 5% sobre as vendas para 8% em abril do ano que vem e para 10% em outubro de 2015.

A dívida pública ultrapassou 1 quatrilhão de ienes --ou US$ 10,4 trilhões-- pela primeira vez em junho, revelam dados do Ministério das Finanças, destacando a necessidade de mais impostos ou novas receitas.

"O crescimento acima de 2% ainda é considerado alto, por isso não acredito em um adiamento completo do aumento do imposto sobre vendas. Mas o governo poderia fazer aumentos mais graduais do imposto", disse o economista-chefe do Norinchukin Research Institute, Takeshi Minami.