'China consome mais da metade dos robôs industriais do mundo', diz UR

O diretor da Universal Robots na América Latina, Denis Pineda, disse que a China passou a consumir mais da metade dos robôs industriais do mundo. Convidado do "UOL Líderes", videocast do UOL Economia que entrevista líderes do mundo empresarial, ele afirmou que o aumento da automação reflete o projeto de desenvolvimento econômico do país asiático.

Utilizando as informações da IFR (Federação Internacional de Robótica), Pineda mencionou a implementação de 290 mil unidades industriais na China em 2022. O número corresponde a mais de 52% do consumo total de 553 mil robôs no mundo. No Brasil, foram implementados cerca de 1.800 equipamentos no mesmo período.

Podemos esperar que a China mantenha a expansão do uso de robôs industriais em aceleração. Os principais motivadores para a instalação dos robôs na Europa e na América do Norte são fenômenos sociais ligados ao envelhecimento da população e a redução da população ativa para trabalhar na manufatura. Então, temos questões de demanda diferenciadas ao olhar para a China, para a Europa e para a América do Norte.
Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina

Segundo o executivo da fabricante de robôs com sede na Dinamarca, a evolução da automação industrial na China reflete a estratégia adotada pelo plano de desenvolvimento econômico. O objetivo final do programa é aumentar a competitividade da produção local com o uso de robôs.

A China vem, há três anos, com o plano de instalar 1 milhão de robôs em cinco anos. Eles vão atingir essa marca e, para mim, é evidente que o efeito que eles estão procurando a longo prazo é justamente o ganho de eficiência, o ganho de produtividade e a melhoria dos processos para, justamente, manter o crescimento da economia.
Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina

Questionado sobre a baixa participação do Brasil no consumo de robôs industriais, Pineda disse ver ampla capacidade de expansão do mercado nacional. O diretor da Universal Robots afirma que atua ao lado da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e outros parceiros para estimular a atividade robótica no país.

O Brasil compra apenas 0,5% dos robôs do mundo, mas a gente vê um grande potencial do crescimento. É um mercado que tem todas as grandes multinacionais do mundo produzindo remédios, alimentos, bebidas, produtos de limpeza, cosmético, carros, implementos agrícolas, é uma potência industrial e uma potência na mineração. O Brasil segue sempre um país de enorme potencial e nós queremos estar aqui para poder contribuir.
Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina

Robôs em casa

Segundo Pineda, a maior participação dos equipamentos no mundo ainda é voltado para a indústria automotiva, responsável por mais da metade dos robôs industriais no Brasil. Ainda assim, ele destacou que o caminho até os robôs que vão auxiliar as famílias nos afazeres domésticos já começou a ser trilhado.

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O executivo afirmou que as máquinas já estão auxiliam na separação de produtos em grandes centros logísticos. Entre os restaurantes, locais com atividades próximas às realizadas nos domicílios, o executivo avaliou que o processo tem evolução mais lenta.

Não adianta ter um robô virando hambúrguer se o processo de entrada e saída ainda depende de alguém que pode demorar um pouco mais e atrapalhar esse fluxo. Só que essa realidade de ter robôs na indústria de preparação de alimentos também é uma tendência que chegará em pouco tempo.
Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina

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