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Turbulência mata passageiro: por que seu cinto deve estar sempre afivelado?

Um voo da Singapore Airlines que saiu da Inglaterra rumo a Cingapura enfrentou uma forte turbulência e precisou fazer um pouso não programado na Tailândia nesta terça-feira (21). Um passageiro de 73 anos morreu e dezenas ficaram feridos.

A empresa ainda confirmou que 18 pessoas que estavam a bordo precisaram ser hospitalizadas. O avião era um Boeing 777 que levava 229 pessoas ao todo.

A empresa e a fabricante da aeronave emitiram notas informando que estão fornecendo toda a assistência necessária e prestando condolências aos familiares do homem que morreu no voo.

Apertem os cintos

Embora uma turbulência não seja capaz de derrubar um avião, o impacto sobre os passageiros pode ser fatal. Os sinais de apertar os cintos costumam ser desligados em algumas fases do voo, como as etapas de cruzeiro ou quando o avião está acima de 10 mil pés de altitude.

Na prática, o sinal é desativado para indicar que as pessoas podem circular pela aeronave se necessário, já que o voo está fora de uma etapa crítica, como o pouso ou a decolagem. Entretanto, sempre que possível, é importante ficar com os cintos presos.

Existem situações nas quais a aeronave precisa realizar manobras bruscas sem aviso. É o caso de possível rota de colisão com outra aeronave.

Embora essas situações sejam raras, não há tempo hábil para os pilotos avisarem os passageiros da necessidade de retornarem aos seus assentos e de afivelarem os cintos. É preciso realizar a manobra antes e, depois, se for o caso, avisar os passageiros.

Já as turbulências são sempre um fator surpresa para a segurança. Na maioria das vezes, elas acontecem sem indicação prévia, e podem balançar o avião bruscamente, como o ocorrido no voo da Singapore Airlines.

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Nessas situações, quem está sentado e com o cinto afivelado tem mais chances de não se machucar. Não é o caso de o viajante deixar de ir ao banheiro ou se alongar em voos mais demorados, mas, sempre que possível, permanecer sentado e com o cinto afivelado já que situações inesperadas podem acontecer.

Turbulência de céu claro

Diversos fatores podem causar turbulências. Uma das mais perigosas, justamente por sua imprevisibilidade, é a turbulência de céu claro.

Indetectável até mesmo pelos radares meteorológicos dos aviões, elas acontecem em altitudes elevadas, geralmente, quando os aviões estão em fase de cruzeiro, que é considerada a mais tranquila do voo.

Quando estão nessas alturas, geralmente, acima dos 4,5 km acima do nível do mar, os aviões podem enfrentar as correntes de jato, que podem ultrapassar os 100 km/h. Esse corredor de vento pode ter quilômetros de comprimento e é indetectável, aparentando ser um céu limpo logo à frente.

Sua ocorrência é maior durante o inverno, mas elas acontecem também durante o verão. Quando os aviões passam por essa corrente de jato, balançam de maneira brusca, e podem arremessar tudo em seu interior, incluindo bolsas e passageiros, contra as paredes da aeronave.

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Voo sobre montanhas

Ao sobrevoar algumas regiões montanhosas, é comum os sinais de afivelar os cintos ficarem ligados constantemente. É o caso de certos voos que cruzam a região da Cordilheira do Himalaia, na Ásia, ou da Cordilheira dos Andes, na América do Sul.

Em alguns casos, os pilotos comunicam aos comissários que vão entrar naquela região para que o serviço de bordo seja interrompido e todos estejam sentados e com os cintos afivelados. Na prática, as tripulações já sabem que isso será necessário antes mesmo de chegarem nesses espaços onde há maior chance de ocorrências de ventos agitados e se programam com antecedência.

Embora não seja simples prever quando uma turbulência pode ocorrer, há situações em que elas acontecem com maior frequência. Voos relativamente próximos aos picos das montanhas ou próximo a nuvens de tempestade, que também possuem o ar mais turbulento, podem ocasionar essa agitação que leva o avião a balançar de maneira brusca.

Qual o melhor assento?

Quem tem enjoo ou corre o risco de se sentir mal voando devido às movimentações do avião pode escolher assentos onde essa sensação é menor. É o caso das poltronas localizadas na região onde as asas se conectam com o corpo do avião.

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Isso se deve ao fato de que o avião se comporta como uma gangorra. É na região das asas que está o centro de gravidade da aeronave, que é como o ponto de apoio do brinquedo.

Ali, mesmo com as extremidades se movimentando para cima e para baixo com maior intensidade, as oscilações são sentidas com menor intensidade. Por isso, esse local é mais indicado para esse tipo de pessoa.

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