Termina sem acordo negociação da OMC por texto de tratado global
GENEBRA, 25 Nov (Reuters) - As exaustivas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) a respeito do primeiro acordo global de livre comércio foram abandonadas na madrugada desta segunda-feira (25), sem um acordo sobre o texto a ser apresentado no mês que vem numa reunião ministerial em Bali.
O destino do acordo que simplifica procedimentos alfandegários e acelera o comércio global parece agora depender de um acordo direto entre os ministros que irão se reunir na conferência bienal da OMC, a ser realizada na ilha indonésia.
A Câmara Internacional de Comércio diz que o acordo agregaria US$ 960 bilhões à economia mundial e criaria 21 milhões de empregos, sendo 18 milhões em nações em desenvolvimento. O pacto também reavivaria a confiança na OMC como um fórum para negociações comerciais.
O acordo proposto inclui elementos da Rodada Doha de negociações comerciais, que foi iniciada em 2001, mas fracassou repetidamente na busca por um acordo na década subsequente.
O diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, forçou os diplomatas dos 159 países membros a passarem por árduas dez semanas de negociações, na esperança de definirem o texto a ser aprovado pelos ministros.
Na sexta-feira, Azevêdo disse ter esperança de concluir um acordo no fim de semana. Mas a sessão final de negociação em Genebra terminou às 7h (4h em Brasília) sem acordo.
Taco Stoppels, conselheiro da missão holandesa junto à OMC, disse pelo Twitter que Azevêdo "encerrou a reunião simplesmente agradecendo a todos. O texto não está pronto".
Pessoas envolvidas nas negociações disseram que os participantes chegaram perto de um acordo, mas que o progresso em alguns momentos foi glacial. "Passamos nove horas em um parágrafo hoje de manhã. Mais uma vez, uma experiência de quase morte", disse um participante na noite de domingo.
Questões não resolvidas incluem um plano indiano para estoque de safras que estaria isento das regras da OMC sobre subsídios, e uma contestação ao embargo econômico dos EUA a Cuba. A Turquia também tem preocupações sobre as novas regras a respeito de trânsito de mercadorias, e a América Central resiste à eliminação dos despachantes aduaneiros.
Azevêdo falará aos embaixadores da OMC durante uma reunião do Conselho Geral do organismo na terça-feira, quando o trabalho será formalmente apresentado à conferência ministerial.
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