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BC aprova parceria BB-Cielo, mas proíbe banco de lançar R$3 bi no balanço

02/01/2015 19h02

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco do Brasil recebeu aval do Banco Central para a joint venture com a Cielo, mas o impediu de lançar no balanço 3,2 bilhões de reais referentes à operação.

Em comunicado nesta sexta-feira, o BB informou que a autorização do BC foi recebida em 30 de dezembro, dia em que recebeu também a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para o negócio, sem restrições.

O acordo, anunciado em novembro, criou uma joint venture para gerir negócios de cartões do banco. A Cielo disse que aportaria 8,1 bilhões de reais para ficar com 70 por cento do negócio. O BB esperava impacto financeiro positivo da ordem de 3,2 bilhões de reais no lucro líquido em função da operação.

Porém, o BC determinou que um novo pedido de autorização específico seja submetido, caso a parceria tenha como objetivo atuar como instituição de pagamento.

Além disso, o BC impôs que não haja qualquer impacto nas demonstrações contábeis do BB do reconhecimento de ativo intangível originado na operação, e que não ocorra efeitos no patrimônio contábil ou no capital prudencial do BB.

"Assim sendo, o conteúdo daquele ofício torna sem efeito a estimativa do impacto financeiro informado no item 5 do fato relevante divulgado em 19 de novembro de 2014", afirmou o BB.

"Assim, a conclusão do negócio ainda depende do cumprimento de itens contratuais anteriores ao fechamento e ao cumprimento de prazos previstos para aprovação por órgãos reguladores."

Uma fonte a par do assunto informou à Reuters que o BB vai tentar convencer o BC a aprovar o negócio sem restrições. Se obtiver sucesso, o valor de 3,2 bilhões poderia ser lançado no balanço no primeiro trimestre deste ano. Caso contrário, um novo pedido para a transação, com a solução para as questões apontadas pelo regulador, seria apresentada.

As ações do BB e da Cielo caíram 4,7 por cento nesta sexta-feira, enquanto o Ibovespa cedeu 3 por cento.

A resposta do BC representa um revés para o governo federal, controlador do BB, que esperava usar parte dos dividendos adicionais gerados pela operação para ajudar nas contas fiscais de 2014, o que não mais poderá acontecer, segundo a fonte ouvida pela Reuters, que pediu anonimato.