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Após desastres, grandes mineradoras revelam dados sobre barragens e planos de ação

Por Shriya Ramakrishnan e Sangameswaran S

07/06/2019 14h44

(Reuters) - As gigantes globais da mineração BHP, Anglo American e Glencore revelaram detalhes sobre suas barragens de rejeitos, meses após um grupo de investidores ter solicitado as informações na sequência de um segundo desastre fatal envolvendo uma barragem no Brasil.

A BHP, que opera 67 barragens de rejeitos, disse nesta sexta-feira que definiu uma força-tarefa para aprimorar seu foco na gestão interna de barragens e ampliar a segurança.

A maior mineradora do mundo acrescentou que uma avaliação para estudar a gestão de suas barragens de rejeitos após um desastre registrado em 2015 em uma estrutura da Samarco, que matou 19 pessoas, não identificou preocupações imediatas sobre a integridade das barragens.

A Samarco é uma joint venture da Vale e da BHP.

O colapso de uma barragem da brasileira Vale em Brumadinho (MG) em janeiro, que matou mais de 200 pessoas, também levantou questões sobre a segurança de barragens de rejeito ao redor do mundo.

A Anglo American também publicou detalhes sobre suas 91 barragens de rejeitos nesta sexta-feira, além de dados de outras 62 unidades operadas por meio de joint ventures, e disse que está trabalhando em tecnologias para reduzir o volume de rejeitos produzidos em suas atividades.

A Glencore também criou uma página em seu site para dar informações detalhadas sobre as barragens de armazenamento de rejeitos e afirmou que um dos principais especialistas do mundo, Crippen Berger, avalia e audita de forma independente a integridade e segurança de suas estruturas desse tipo.

Mais cedo neste ano, o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), um grupo da indústria cujos membros incluem Glencore, BHP e outras 25 empresas, disse que um comitê irá avaliar e definir padrões para o design e a manutenção de barragens de rejeitos até o final do ano.

O ICMM disse em março que está trabalhando com o Programa das Nações Unidas para o Ambiente e Princípios para Investimento Responsável (PRI) para desenvolver novos padrões para essas barragens.

O PRI reúne investidores preocupados com a ética, um grupo que inclui a Igreja da Inglaterra, por exemplo.

Esses investidores, que têm trabalhado por um padrão global para barragens de rejeitos, escreveram em abril para 683 empresas listadas, incluindo as grandes mineradoras, pedindo que fossem tornadas públicas em até 45 dias informações sobre as barragens que elas controlam.