Dólar recua com expectativa de mudanças internas e dados dos EUA
O dólar acelera as perdas frente ao real nesta terça-feira, após a divulgação de dados mais fracos sobre a economia americana, que endossam expectativas de que o Federal Reserve mantenha a promessa de juros baixos e eventualmente sinalize nesta quarta-feira a postergação do início do aperto monetário nos EUA.
Mas o dólar já abriu em firme desvalorização ante o real, influenciado por uma realização de lucros de investidores que puxaram a moeda na segunda-feira a máximas não vistas desde dezembro de 2008. A queda é ditada ainda pela perspectiva de que a presidente Dilma Rousseff (PT) adote um tom mais "amigável" ao mercado em seu segundo mandato, algo entendido pelo mercado a partir de declarações públicas da presidente logo após reeleita e reforçadas em entrevista à TV aberta.
Às 11h50, o dólar comercial cedia 1,27%, a R$ 2,4909, após marcar R$ 2,4821 na mínima do dia. No mercado futuro, o dólar recuava 1,39%, para R$ 2,4915, depois de bater R$ 2,4855 na mínima.
Em meio à expectativa de que Dilma promova mudanças na área econômica, o foco do mercado se concentra na indicação do novo ministro da Fazenda. A jornalista Claudia Safatle, do Valor, afirma que o nome de Luiz Carlos Trabuco, presidente-executivo do Bradesco, é uma indicação do ex-presidente Lula para ocupar a pasta no lugar de Guido Mantega. Outros nomes sugeridos por Lula são Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, e Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Dilma, porém, não deverá anunciar nomes nos próximos dias.
"Os nomes citados até agora são bem vistos pelo mercado. Agora é ver se ela [Dilma] vai escolher algum deles ou não", diz o operador de câmbio de um banco estrangeiro. Em entrevista ao Jornal Nacional da TV Globo exibida na segunda-feira, a presidente reeleita afirmou que antes do fim do ano vai anunciar "de forma muito clara" as medidas que tomará em relação à economia. Dilma disse ainda que pretende dialogar com todos os setores da economia antes de começar a adotar medidas para "transformar e melhorar o crescimento da nossa economia".
Em discurso no domingo após a confirmação da vitória, Dilma há havia sinalizado uma maior abertura a conversas com os diversos setores da economia, o que fora bem recebido pelo mercado.
Em relatório, o Standard Chartered Bank elevou suas estimativas para a cotação do dólar ante o real ao fim dos próximos trimestres, citando a reeleição da presidente Dilma. O banco britânico se diz, contudo, cauteloso quanto a uma visão "muito negativa" em relação à moeda brasileira, dada a correção sofrida pelo real desde setembro, e considera que boa parte dos problemas econômicos do país está precificada no câmbio.
O Standard Chartered vê agora o real em R$ 2,60 ao fim deste ano, contra R$ 2,25 da previsão anterior. "A perspectiva para o real segue fraca, mas expectativas de um forte declínio podem estar superestimadas", dizem Italo Lombardi e Mike Moran, que assinam o relatório enviado a clientes.
O banco britânico aumentou ainda seus prognósticos para o fim dos quatro trimestres de 2015: de R$ 2,25 para R$ 2,70 ao fim de março; de R$ 2,35 para R$ 2,70 no segundo; de R$ 2,35 para R$ 2,65 no terceiro trimestre; e de R$ 2,35 para R$ 2,55 em dezembro.
Na segunda-feira, o Goldman Sachs disse que o caminho do real é de baixa ainda que o governo resolva os desequilíbrios que afetam a economia brasileira. Segundo o banco, a moeda brasileira ainda está "sobrevalorizada" e, com o atual estado da economia, seria necessário um câmbio próximo de R$ 3,00 para reequilibrar o déficit em transações correntes.
Levando-se em conta o modelo do banco para taxa de câmbio "justa", o real deveria estar em R$ 3,10. E, acrescentando ao modelo a depreciação das commodities, a moeda brasileira deve estar em 2017, segundo seu valor justo, próxima de R$ 3,50.
Diferente de segunda-feira, quando o real ocupou a lanterna ante o dólar considerando 34 moedas, a divisa brasileira é a que mais sobe contra a americana. O dólar australiano avançava 0,69%, enquanto o peso mexicano, a lira turca e o rand sul-africano se apreciavam entre 0,21% e 0,56%. Essas divisas, que já vinham em alta desde o início do dia, ampliaram os ganhos depois da div ulgação de números mais fracos vindos dos EUA.
As encomendas de bens duráveis recuaram 1,3% em setembro sobre agosto, frustrando estimativa de alta de 0,7%. Além disso, o índice S&P/Case-Shiller - que mensura os preços de imóveis residenciais em 20 áreas metropolitanas americanas - subiu 5,6% no ano em agosto, menos que o esperado.
Os números endossam a leitura de que o Fed pode atrasar uma alta de juros nos EUA. De modo geral, analistas esperam que o Fed adote um discurso ligeiramente mais "ameno" (pró-estímulos monetários) ao reiterar a promessa de juro baixo por um período prolongado. Mas, por outro lado, é dado como praticamente certo que o BC americano anunciará o fim de seu programa de compra de ativos, o terceiro desde o estouro da crise financeira global, no fim de 2008.
Mas o dólar já abriu em firme desvalorização ante o real, influenciado por uma realização de lucros de investidores que puxaram a moeda na segunda-feira a máximas não vistas desde dezembro de 2008. A queda é ditada ainda pela perspectiva de que a presidente Dilma Rousseff (PT) adote um tom mais "amigável" ao mercado em seu segundo mandato, algo entendido pelo mercado a partir de declarações públicas da presidente logo após reeleita e reforçadas em entrevista à TV aberta.
Às 11h50, o dólar comercial cedia 1,27%, a R$ 2,4909, após marcar R$ 2,4821 na mínima do dia. No mercado futuro, o dólar recuava 1,39%, para R$ 2,4915, depois de bater R$ 2,4855 na mínima.
Em meio à expectativa de que Dilma promova mudanças na área econômica, o foco do mercado se concentra na indicação do novo ministro da Fazenda. A jornalista Claudia Safatle, do Valor, afirma que o nome de Luiz Carlos Trabuco, presidente-executivo do Bradesco, é uma indicação do ex-presidente Lula para ocupar a pasta no lugar de Guido Mantega. Outros nomes sugeridos por Lula são Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, e Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Dilma, porém, não deverá anunciar nomes nos próximos dias.
"Os nomes citados até agora são bem vistos pelo mercado. Agora é ver se ela [Dilma] vai escolher algum deles ou não", diz o operador de câmbio de um banco estrangeiro. Em entrevista ao Jornal Nacional da TV Globo exibida na segunda-feira, a presidente reeleita afirmou que antes do fim do ano vai anunciar "de forma muito clara" as medidas que tomará em relação à economia. Dilma disse ainda que pretende dialogar com todos os setores da economia antes de começar a adotar medidas para "transformar e melhorar o crescimento da nossa economia".
Em discurso no domingo após a confirmação da vitória, Dilma há havia sinalizado uma maior abertura a conversas com os diversos setores da economia, o que fora bem recebido pelo mercado.
Em relatório, o Standard Chartered Bank elevou suas estimativas para a cotação do dólar ante o real ao fim dos próximos trimestres, citando a reeleição da presidente Dilma. O banco britânico se diz, contudo, cauteloso quanto a uma visão "muito negativa" em relação à moeda brasileira, dada a correção sofrida pelo real desde setembro, e considera que boa parte dos problemas econômicos do país está precificada no câmbio.
O Standard Chartered vê agora o real em R$ 2,60 ao fim deste ano, contra R$ 2,25 da previsão anterior. "A perspectiva para o real segue fraca, mas expectativas de um forte declínio podem estar superestimadas", dizem Italo Lombardi e Mike Moran, que assinam o relatório enviado a clientes.
O banco britânico aumentou ainda seus prognósticos para o fim dos quatro trimestres de 2015: de R$ 2,25 para R$ 2,70 ao fim de março; de R$ 2,35 para R$ 2,70 no segundo; de R$ 2,35 para R$ 2,65 no terceiro trimestre; e de R$ 2,35 para R$ 2,55 em dezembro.
Na segunda-feira, o Goldman Sachs disse que o caminho do real é de baixa ainda que o governo resolva os desequilíbrios que afetam a economia brasileira. Segundo o banco, a moeda brasileira ainda está "sobrevalorizada" e, com o atual estado da economia, seria necessário um câmbio próximo de R$ 3,00 para reequilibrar o déficit em transações correntes.
Levando-se em conta o modelo do banco para taxa de câmbio "justa", o real deveria estar em R$ 3,10. E, acrescentando ao modelo a depreciação das commodities, a moeda brasileira deve estar em 2017, segundo seu valor justo, próxima de R$ 3,50.
Diferente de segunda-feira, quando o real ocupou a lanterna ante o dólar considerando 34 moedas, a divisa brasileira é a que mais sobe contra a americana. O dólar australiano avançava 0,69%, enquanto o peso mexicano, a lira turca e o rand sul-africano se apreciavam entre 0,21% e 0,56%. Essas divisas, que já vinham em alta desde o início do dia, ampliaram os ganhos depois da div ulgação de números mais fracos vindos dos EUA.
As encomendas de bens duráveis recuaram 1,3% em setembro sobre agosto, frustrando estimativa de alta de 0,7%. Além disso, o índice S&P/Case-Shiller - que mensura os preços de imóveis residenciais em 20 áreas metropolitanas americanas - subiu 5,6% no ano em agosto, menos que o esperado.
Os números endossam a leitura de que o Fed pode atrasar uma alta de juros nos EUA. De modo geral, analistas esperam que o Fed adote um discurso ligeiramente mais "ameno" (pró-estímulos monetários) ao reiterar a promessa de juro baixo por um período prolongado. Mas, por outro lado, é dado como praticamente certo que o BC americano anunciará o fim de seu programa de compra de ativos, o terceiro desde o estouro da crise financeira global, no fim de 2008.
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