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Indicador que prevê emprego melhora em maio, aponta FGV

10/06/2015 09h00


O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que tem o objetivo de antecipar movimentos do mercado de trabalho, apresentou alta de 0,3% em maio, para 66,4 pontos, na comparação com o mês anterior. Em abril, o índice havia registrado alta de 2%.

Apesar da segunda alta consecutiva do indicador, a instituição avalia que a tendência para o emprego no país ainda é negativa.

O índice registrou quedas significativas desde janeiro, quando recuou 2,4%, passando para uma queda de 4,3% em fevereiro e de 8,6% em março. Sua média móvel trimestral aponta queda de 2,3% em maio. Isso significa, segundo a FGV, que ainda é cedo para esperar uma reversão das expectativas de desaquecimento do mercado de trabalho para os próximos meses.

"Apesar de leve melhora no IAEmp, a tendência ainda é de deterioração do emprego para os próximos meses. Chama a atenção a percepção de que os negócios continuam piorando no setor de serviços, apesar da perspectiva de alguma melhora futura. De qualquer forma, como se trata de um setor intensivo em mão de obra, o nível agregado de emprego deve continuar sendo afetado negativamente", afirma, em nota, Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador da FGV/Ibre.

O resultado positivo do IAEmp no mês de maio foi influenciado pela melhora das perspectivas dos consumidores e dos empresários sobre o mercado de trabalho para os próximos meses. Dentre as variáveis que compõem o indicador, a percepção dos consumidores sobre o emprego no futuro subiu 5,3%. No campo empresarial, o indicador que mede a percepção dos empresários sobre situação dos negócios para os próximos seis meses elevou-se 4,5% nos setores de serviços e da indústria.

Em contrapartida, as séries que avaliam o momento atual impediram uma melhora mais significativa do indicador, com destaque para situação atual dos negócios de serviços e de indústria, que caíram 5,4% e 4,7%, respectivamente.

ICD

As perspectivas para o futuro ainda são ruins e o índice que mostra a situação atual do mercado de trabalho também piorou. O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), elaborado pela FGV, aumentou pelo quinto mês consecutivo. O crescimento de 2,9%, entre abril e maio, o levou a atingir 88,3 pontos, maior valor desde maio de 2009 (90,4 pontos) - período pós-crise internacional.

"A rápida deterioração do ICD indica que o desemprego deve aumentar em maio em virtude da piora da percepção das famílias em relação ao mercado de trabalho. Esse aumento deve vir acompanhado por uma aceleração da População Economicamente Ativa (PEA), que já apresenta sinais de maior crescimento", diz Moura.

O ICD é construído a partir de dados desagregados, em quatro classes de renda familiar do quesito da Sondagem do Consumidor, com o objetivo de captar a percepção do entrevistado a respeito da situação presente do mercado de trabalho. Desse modo, o indicador não reflete, por exemplo, a diminuição da procura de emprego motivada por desalento.