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Poupança tem saque de R$ 38,5 bi no 1º semestre, o maior desde 1995

06/07/2015 15h51


A caderneta de poupança registrou saques líquidos de R$ 6,261 bilhões no mês passado, no pior junho da série história do Banco Central (BC), iniciada em 1995. No ano, com resgates em todos os meses, os saques superam os depósitos em R$ 38,541 bilhões, também o pior resultado já registrado para um primeiro semestre.

As razões que explicam tal comportamento da caderneta continuam os mesmos: alta da Selic, que torna outras aplicações mais atrativas, perda de renda do trabalhador, aumento do desemprego e elevação de impostos e tarifas que consomem a renda disponível da população.

O elevado volume de saques e o efeito negativo sobre o financiamento imobiliário levou o BC a alterar regras de depósito compulsório da poupança liberando cerca de R$ 22,5 bilhões para o financiamento da casa própria.

Em junho do ano passado, a captação foi positiva em R$ 3,224 bilhões. Em 2014, a poupança captou R$ 24,034 bilhões, o menor resultado desde os R$ 14,186 bilhões de 2011, após o recorde de R$ 71,047 bilhões visto em 2013.

Como os saques no mês superam o rendimento líquido de R$ 4,05 bilhões, o patrimônio da poupança caiu para R$ 646,561 bilhões no mês passado.

No sistema de financiamento imobiliário, conhecido pela sigla SBPE, as retiradas líquidas somaram R$ 7,115 bilhões. O saldo total caiu de R$ 507,703 bilhões para R$ 503,757 bilhões, mesmo com a apropriação de R$ 3,168 bilhões em rendimentos.

Já a poupança rural, que direciona recursos para o crédito agrícola, teve captação líquida de R$ 854 milhões. O saldo total na modalidade fechou o semestre em R$ 142,804 bilhões, contra R$ 141,068 bilhões em maio - resultado da captação mais o rendimento de R$ 881 milhões.