Mourão: "Vacinas certificadas pela Anvisa estarão disponíveis à população"
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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que a discussão em torno da compra de vacinas por parte do governo Jair Bolsonaro não resultará em prejuízo para a população.
"As vacinas corretamente testadas e certificadas pela Anvisa estarão disponíveis para a população", afirmou Mourão, em mensagem à coluna. "O resto é especulação", completou o vice.
No governo, a avaliação é que o presidente Jair Bolsonaro ficou muito irritado com a repercussão do anúncio feito ontem pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre compra da coronavac.
O episódio acabou explicitando ainda mais a briga política com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP). O tucano é apontado como virtual candidato à Presidência em 2022, quando Bolsonaro deve concorrer à reeleição.
Na avaliação de um militar de alta patente que despacha no Palácio do Planalto, o presidente não quis ouvir direito as explicações do ministério da Saúde e só decidiu que não daria "palanque político" para Doria. Para esse auxiliar, o presidente voltou aos tempos que gosta de governar com o conflito. "Acabou a covid política e agora ele quer a vacina política. Ele gosta do conflito", afirmou o auxiliar.
Pazuello preservado
Apesar da irritação do presidente, auxiliares garantem que o ministro Pazuello não corre o risco de perder o cargo. "Ele continua com a confiança do presidente", disse um auxiliar direto.
Pazuello testou positivo para coronavírus em meio a toda a crise das vacinas e, dizem auxiliares, está descansando. Até porque, lembram interlocutores, o ministro está acima do peso e é hipertenso, ou seja, requer cuidados para que a doença não se agrave.
Fontes próximas a Bolsonaro ressaltam que a irritação do episódio foi muito maior com Dória do que com Pazuello. Até porque garantem que o presidente sabia do trabalho que vinha sendo feito por Pazuello. Até mesmo a reunião do ministro com os governadores foi informada previamente ao presidente.
Ainda na ativa
Pazuello foi efetivado como ministro em setembro, após quatro meses como interino.
Na época de sua efetivação aumentou a pressão para que o ministro deixasse a ativa e pedisse para ir para a reserva. No Exército, a ligação de um militar da ativa no governo não é vista com bons olhos por todos.
Um general da ativa disse à coluna sobre o episódio de hoje que é preciso "observar um pouco mais" para avaliar a situação do ministro da saúde e o imbróglio em torno das vacinas. "Quando se trata a comunicação de modo tático, com capítulos se sucedendo dia após dia, fica difícil manter a visão estratégica", disse.
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