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Planalto avalia que erros de Ernesto tornaram situação ainda mais crítica
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A manhã de segunda-feira (29) começou com a crise em torno do ministro da Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ainda mais intensa. Na avaliação de um ministro ouvido pela coluna, o chanceler "avaliou mal" e seu contra-ataque ao Senado foi um erro grave.
Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro dizem que a reação do Senado, que já promete protocolar um pedido de impeachment do ministro, tende a deixar a situação de Ernesto ainda mais insustentável. "Agora está ainda mais crítico", disse outra fonte.
Bolsonaro, no entanto, tem duas dificuldades no momento: achar um substituto para Ernesto e ao mesmo tempo uma recolocação para o ministro, que sempre foi seu aliado e é ligado à ala ideológica do governo, contando inclusive com o apoio dos filhos do presidente.
Além disso, Bolsonaro faz as contas entre manter uma boa relação com o Congresso, sem ceder completamente à pressão, o que poderia abrir margem para novas cobranças e deixar o presidente refém dos desejos dos parlamentares.
Perplexidade
No Itamaraty, onde Ernesto convocou uma reunião para essa manhã com seus principais secretários, o clima, segundo uma fonte, é de "perplexidade".
Na avaliação de um diplomata, tanto Ernesto quando os senadores estariam jogando "para suas torcidas" e teriam deixado "a racionalidade, a prudência e o equilíbrio" de lado.
A iniciativa de Ernesto, de usar o Twitter para fazer acusações contra a senadora Kátia Abreu, também foi mal vista entre os diplomatas, já que em momentos de crise o melhor remédio da diplomacia seria o diálogo e não o ataque.
Apesar de Bolsonaro ter dito a auxiliares que não faria nada às pressas, o futuro do chanceler é o assunto do momento em Brasília. A principal aposta é que, em poucos dias (talvez até hoje), Ernesto tenha que limpar as gavetas e deixar o governo.
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