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Rearranjo na Esplanada traz rival de Moro para o comando da Justiça
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O novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Gustavo Torres, é um nome já conhecido do presidente Jair Bolsonaro e ganhou espaço ao rivalizar com o ex-ministro Sérgio Moro.
Em janeiro de 2020, Torres foi um dos idealizadores de uma reunião em que o presidente Jair Bolsonaro discutiu sobre a possibilidade de esvaziar o poder da pasta de Moro. Antes da reunião, Torres havia enviado um ofício a Moro questionando o "silêncio" do ministro sobre a presença de líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) detidos em Brasília.
A relação de Torres com Bolsonaro vem desde os tempos que o atual presidente era deputado. O novo ministro foi por anos assessor do deputado Fernando Francischini (PSL-PR). Além disso, o novo ministro tem fortes ligações com os filhos do presidente.
Torres é delegado da Polícia Federal e chegou a ser cotado para assumir a direção-geral da corporação. Na época, porém, o então ministro Moro dizia a aliados que esse seria o seu maior temor.
Atual secretário de segurança do Distrito Federal, na PF, Torres atuou em Roraima e nas operações na reserva indígena Raposa Serra do Sol, que acabaram por prender em 2008 o agricultor Paulo César Quartiero, líder dos arrozeiros da região.
Pelo menos desde 2018, Anderson imaginava ocupar um posto de direção na Polícia Federal caso Bolsonaro fosse eleito. Três anos depois, ele está num posto ainda maior. Torres vai chefiar a PF, a PRF e toda o restante da estrutura do Ministério da Justiça, incluindo a Força Nacional e a Secretaria de Operações Integradas, que faz a articulação com as Polícias Civis e Militares do Brasil.
Torres chegou a ser acusado de tortura. A investigação foi arquivada e reaberta, mas ele acabou absolvido em 2018.
(Colaborou Eduardo Militão)
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