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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Senai e Huawei darão curso de técnico de 5G a 2.000 jovens; confira

Caminhão de demonstração da tecnologia 5G da Huawei - Divulgação/Huawei
Caminhão de demonstração da tecnologia 5G da Huawei Imagem: Divulgação/Huawei

Do UOL, em Brasília

08/04/2021 00h01Atualizada em 09/04/2021 08h54

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A empresa chinesa Huawei e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) assinaram um termo de cooperação tecnológica para formar mão de obra especializada relacionada ao 5G. A estimativa das entidades é qualificar 2 mil alunos até o final do ano.

Serão disponibilizados cursos à distância e presenciais nas áreas de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC's), redes 5G, inteligência artificial e cloud computing, FTTH (Fiber To The Home ou fibra óptica).

Os primeiros cursos não terão pré-requisitos de formação. O anúncio da parceria vai ser oficializado nesta quinta-feira (8), às 10 horas, com uma transmissão ao vivo no canal no YouTube do SENAI e da Huawei Brasil.

Demanda em alta

Na avaliação das entidades, sem mão de obra qualificada o país não conseguirá passar por uma transformação digital completa, aproveitando as potencialidades do 5G.

"Hoje existe um gap no mercado de profissionais capacitados para atuar na instalação de fibra óptica, utilizados para cobrir demanda de banda larga fixa. Com as novas redes 5G, esta demanda tende a aumentar", afirmou, em nota, o diretor de Relações Públicas e Governamentais da Huawei, Bruno Zitnick.

Foco são os jovens

Inicialmente, três laboratórios de instalação e manutenção de fibra óptica em Salvador (BA), Brasília (DF) e Palmas (TO) oferecerão os cursos com turmas de 20 alunos cada e inscrições gratuitas. O primeiro curso terá no total 60 vagas e é possível se inscrever neste link.

O público-alvo dos cursos é a chamada "geração nem-nem", jovens que não estudam e nem trabalham.

O Senai destaca o levantamento da FGV Social, que mostrou que a população na faixa etária de 20 a 24 anos que não trabalha nem estuda subiu de 28,6% no último trimestre de 2019 para 35,2% no segundo trimestre de 2020 - maior patamar já visto. "Entre os brasileiros com idade entre 25 e 29 anos, o aumento foi de 25,5% para 33%", disse, em nota.

O Senai afirma ainda que dados estimados pelo governo apontam a geração potencial de 200 mil postos de trabalho com a implantação do 5G no Brasil.

O diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, afirma que indústria deve ser o primeiro setor da economia a se beneficiar do 5G: "Teremos uma transformação do chão de fábrica ao escritório, com máquinas e equipamentos conectados e novas funções, mas, antes disso, é preciso garantir a infraestrutura da rede", afirmou.

Aplicações do 5G

O Senai e a Huawei dizem que querem aproveitar a lacuna de mão de obra e antecipar-se às oportunidades que surgirão com o 5G e destacam algumas áreas que podem se beneficiar com a nova tecnologia, como saúde e agronegócio.

"No setor de saúde, já é possível monitorar equipamentos, como marca-passo, remotamente, mas com o 5G, aumentam as possibilidades de realizar diagnósticos e mesmo intervenções com o paciente em casa e pessoas capazes de realizar a instalação e a manutenção desses equipamentos serão muito valorizadas", afirmam Senai e Huawei.

"A agricultura de precisão vai exigir técnicos de sensores no campo; veículos autônomos, mecânicos; o e-commerce, pessoas treinadas em suporte de robôs; e assim por diante", completam.

Governo quer celeridade

No mês passado, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) enviou o edital do leilão do 5G para a análise do Tribunal de Contas da União (TCU).

Na ocasião, o ministro das Comunicações, Fabio Faria, disse que o objetivo do governo ao repassar os dados do leilão ao TCU era dar "celeridade ao processo".