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Novas baixas na Economia fragilizam Guedes e dão mais força ao centrão
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, não conseguiu mais segurar o secretário Especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, que acabou sendo demitido nesta terça-feira (27). A saída de Waldery foi confirmada pelo ministro Paulo Guedes (Economia) no início da noite, mas o secretário continuará como assessor do ministro. O secretário do Tesouro, Bruno Funchal, assumirá o lugar de Waldey.
A insatisfação do presidente Jair Bolsonaro com Waldery já era antiga. No ano passado, Bolsonaro chegou a ameaçar o subordinado de Guedes com "cartão vermelho".
Na ocasião, Guedes conseguiu segurar Waldery, mas o secretário continuava sem respaldo político. Agora, Guedes cedeu ao tirar o secretário, mas vai mantê-lo como conselheiro.
O imbróglio envolvendo o Orçamento aumentou a indisposição da ala política com Guedes. O chamado centrão, base de apoio parlamentar do governo, ficou bastante incomodado com a postura do ministro nas negociações.
No ministério da Economia, a avaliação é de que o apetite de parlamentares aliados ao governo aumentou muito diante da pressão sobre o governo com a CPI da Pandemia agora em andamento. Por isso, auxiliares de Guedes afirmavam que outras mudanças na pasta ainda devem acontecer.
Além de Waldery, outra baixa na equipe de Guedes é justamente o nome da reforma tributária: Vanessa Canado. Ontem, o ministro da Economia teve uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), justamente para tentar retomar os trabalhos da reforma tributária.
Mas, conforme mostrou o jornal Folha de S.Paulo, Vanessa Canado teria pedido demissão no mês passado e agora se prepara para encerrar seus trabalhos no Ministério da Economia.
Em agosto do ano passado, o próprio ministro Guedes escolheu o termo "debandada" ao anunciar a saída de Salim Mattar e de Paulo Uebel da sua equipe.
"Salim falou: 'A privatização não está andando, prefiro sair'. Uebel disse: 'A reforma administrativa não está sendo enviada, prefiro sair'. Esse é o fato, essa é a verdade", disse, na ocasião.
Pressão por ministérios
Uma pressão recorrente de parlamentares é para tentar diminuir o poder de Guedes e recriar a pasta do Planejamento. Desta forma, o "dono da chave do cofre" não seria a mesma pessoa que é obrigado a cuidar do ajuste fiscal.
Essa sugestão, no entanto, é rechaçada de forma enfática por Guedes e por seus auxiliares, que dizem que ela inviabilizaria por completo a agenda liberal do ministro.
Apesar disso, continua como desejo do centrão e é avaliado pelo governo a recriação de outras pastas como o ministério do Trabalho ou do Comércio Exterior. O martelo em relação a essa solução, segundo auxiliares de Bolsonaro, ainda não foi batido.
Mudanças confirmadas
Em nota divulgada na noite desta terça-feira, em que Guedes confirmou a troca de Waldey por Funchal, o ministério anunciou outras mudanças como o nome de Jeferson Bittencourt para o lugar do Secretário do Tesouro.
Também foi oficializada a saída de George Soares da Secretaria de Orçamento Federal (SOF), que passará a ser comandada pelo economista e analista de Planejamento e Orçamento Ariosto Antunes Culau.
"O ministro faz questão de destacar a competência e a inteira confiança que tem em Waldery. Agradece a dedicação, lealdade e resiliência de Waldery Rodrigues e ressalta a relevante contribuição dada por ele para o avanço da agenda de reformas e transformação do Estado brasileiro", diz a nota.
Segundo o ministério, as mudanças dentro da equipe ainda devem preservar "as diretrizes do governo para a política econômica, baseadas em responsabilidade fiscal e na transformação do Estado".
Guedes também anunciou que para o lugar de Vanessa Canado virá o economista e consultor internacional em política e administração tributária, Isaías Coelho.
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