Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Ex-ministro, general Etchegoyen diz ser indefensável decisão sobre Pazuello
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
O ex-ministro e general da reserva, general Sérgio Etchegoyen, criticou a decisão do Exército de não punir o general Eduardo Pazuello pela participação de um ato com o presidente Jair Bolsonaro.
Com cautela para não criticar diretamente a decisão que foi do Comandante do Exército, general Paulo Sérgio, Etchegoyen afirmou que vê a atitude como "indefensável".
"Por toda a minha carreira procurei ser disciplinado e exerci, quando me tocou, a necessária ação disciplinadora. Exatamente porque sigo teimosamente acreditando nos princípios sagrados da Hierarquia e da Disciplina, sinto-me impedido de criticar qualquer ato do Comandante do Exército", afirmou à coluna.
"Por outro lado, jamais agredirei minhas convicções para defender o indefensável", completou Etchegoyen.
O general foi ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo do presidente Michel Temer e comandou a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante esse período.
Outro ex-ministro, o também general Carlos Alberto dos Santos Cruz também criticou a decisão e, nas redes sociais, afirmou que "não se pode aceitar a subversão da ordem, da hierarquia e da disciplina no Exército". "Péssimo exemplo para todos. Péssimo para o Brasil".
Reação interna
Generais da ativa ouvidos pela coluna, que optaram pelo anonimato justamente não criticar uma decisão do comandante, afirmaram que a decisão trouxe incômodo dentro da caserna.
Um integrante da cúpula militar disse que a decisão de Paulo Sérgio traz um desgaste imenso para as Forças e afirmou que o Exército já se vê diante de pressão em outro caso: o do sargento Juan Pereira de Freitas Rocha, que participou de uma live do ex-líder do governo, Major Vitor Hugo.
"Como fazer agora, se não puniu o general. Vai punir o sargento? O certo era punir os dois. O precedente é perigoso demais", disse um general.
Segundo relatos, o Comandante Paulo Sérgio, a quem cabia exclusivamente a decisão sobre a punição, explicou ao Alto Comando do Exército em reunião na última quarta-feira sua posição. E não houve consenso.
Justamente por isso, destaca um general, a nota divulgada pelo Exército em nenhum momento usou a palavra "comando". "Foi uma decisão do Paulo Sérgio e ele terá que arcar com ela", disse um militar de alta patente.
Antes da reunião com a cúpula da Força, Paulo Sergio teve um encontro com o presidente Jair Bolsonaro no Amazonas. Bolsonaro defendeu pessoalmente que Pazuello não devia ser punido. Dias depois, para reforçar o seu apoio ao ex-ministro da Saúde, Bolsonaro nomeou Pazuello para um cargo de confiança no Palácio do Planalto.
Uma fonte próxima ao Comandante afirmou que Paulo Sérgio esclareceu o Alto Comando sobre a decisão tomada e "houve o entendimento da dificuldade que ela acarretava". "Não havia solução simples para aquele problema complexo", afirmou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.