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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Bolsonaro insistiu por isenção de R$ 2,5 mil, mas ainda não cumpre promessa

Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Economia, Paulo Guedes, durante evento no Palácio do Planalto - ADRIANO MACHADO
Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Economia, Paulo Guedes, durante evento no Palácio do Planalto Imagem: ADRIANO MACHADO

Do UOL, em Brasília

25/06/2021 12h25

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Nos últimos dias, enquanto a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, estava fechando o projeto de lei (PL) com a segunda parte da reforma tributária, o presidente Jair Bolsonaro pediu para que a isenção da tabela do Imposto de Renda alcançasse o patamar de R$ 2.500.

Em uma reunião com Guedes, no início da semana, Bolsonaro ouviu que a área técnica recomendava que o PL elevasse a faixa de isenção de R$ 1.903,99 para R$ 2.400. Apesar disso, o presidente insistiu que o valor chegasse a R$ 2.500.

O tema é uma das promessas do presidente desde a campanha. Bolsonaro, porém, sempre defendeu que a isenção beneficiasse quem ganha até cinco salários mínimos (R$ 5.500 hoje).

Apesar da promessa, o governo tem afirmado que não é possível chegar a esse número por causa do impacto na arrecadação.

Se aprovada, a proposta apresentada nesta sexta-feira (25) dará isenção para mais 5,6 milhões de trabalhadores.

Para compensar a perda de arrecadação com a isenção do imposto para um número maior de contribuintes, o governo propõe a volta da cobrança dos lucros e dividendos que as empresas pagam para os seus acionistas como remuneração.

Pressão do Congresso

A entrega da segunda fase da proposta tributária atende a uma cobrança que vinha sendo feita pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). No início do mês, Lira afirmou que vinha mantendo diálogo com a equipe de Guedes para pedir "um kit completo".

"Temos a CBS. Precisamos do projeto do imposto de renda: pessoa física, jurídica e dividendos", disse, no dia 7 de junho.

Antes de 2022

A entrega da proposta hoje contou com a presença dos ministros palacianos Flávia Arruda (Secretaria de Governo) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), além de Guedes. O clima entre os ministros de Bolsonaro e Lira era de harmonia, sorrisos e abraços.

A expectativa do Palácio do Planalto é de Lira dar celeridade ao tema e que o Congresso consiga aprovar pelo menos uma parte da reforma tributária até o fim deste ano, já que em 2022, o processo eleitoral tende a dominar a atenção dos parlamentares.