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Bolsonaro admite que não tem provas de fraude e se mostra acuado
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O que era expectativa, se transformou em realidade. Após três anos esbravejando que tem fraudes nas eleições, o presidente Jair Bolsonaro prometeu uma live para apresentar provas de irregularidades no sistema eleitoral, mas passou longe disso e admitiu que não tem prova alguma.
Quem acompanhou a longa transmissão ao vivo de mais de duas horas, viu a imagem de um governante acuado, com medo de perder as eleições e extremamente incomodado com investigações que cercam a sua família.
Bolsonaro chegou a usar a expressão indícios, mas nem essa classificação está correta, já que indícios são provas indiretas e nem isso foi apresentado.
O resumo para quem parou ou não para ouvir o presidente pode ser feito em duas frases.
"Os que me acusam de não apresentar provas, eu devolvo a acusação. Apresente provas de que ele não é fraudável", disse.
"Não tem como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas", admitiu o presidente ao lado do "Eduardo, analista de inteligência".
O técnico convidado não foi apresentado pelo governo. A Secretaria de Imprensa do Planalto não informou de quem se tratava.
Antes, a mesma Secom convidou jornalistas para acompanhar a fala com a impossível condição de que tudo que o presidente falasse fosse transmitido ao vivo. Isso obviamente não aconteceu, mas ele conseguiu usar a transmissão da EBC, canal público de televisão.
Foco no Lula e no Barroso
Há dias Bolsonaro vinha mirando seus ataques ao ministro e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luis Roberto Barroso, e fez isso da mesma forma durante a transmissão, tentando transferir a responsabilidade de tumulto nas eleições ao ministro do STF.
Bolsonaro sugere aliança do ministro com parlamentares e tenta criar mais uma "teoria do zap" para tentar dizer que uma vitória do petista só seria possível com armação.
O presidente não consegue mais disfarçar seu atual desconforto com a possibilidade de perder as eleições. Os sinais na live são que Bolsonaro tenta reagrupar parte de seu eleitorado, que vem esvaziando o apoio após as apurações da CPI da Pandemia.
Matemática de novo
O presidente recentemente errou uma conta para tentar celebrar um PIB "fantástico" de 9%, mas parece não se envergonhar de tentar usar números como lhe convém.
Bolsonaro apresentou uma tabela com "o padrão nos números da eleição de 2014". A cada demonstração que fazia o presidente repetia: "Pode acontecer? Pode, mas...".
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