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Trabalhadores prometem mobilização para tentar barrar venda dos Correios
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Enquanto o governo aumenta a ofensiva para tentar avançar o projeto que permitirá a privatização dos Correios no Congresso, trabalhadores da estatal se mobilizam para pressionar deputados a não aprovar o projeto.
Segundo o secretário de Comunicação da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), Emerson Marinho, o sindicato de Brasília já está organizado para realizar um ato de repúdio contra a privatização nesta quinta-feira (5) em frente ao Congresso Nacional.
"Eles estão querendo passar a boiada. Amanhã, às 15 horas, os trabalhadores estarão na portaria da Câmara para que a matéria não seja aprovada", afirmou à coluna.
De acordo com o representante da federação, já estão em estudo manifestações ainda maiores e em todo país para a semana que vem, caso o projeto ainda continue na pauta de votação. "Se resolverem pautar para a semana que vem os dirigentes de todo o país pretendem fazer caravanas até Brasília", afirmou.
Marinho disse ainda que a federação também tem buscado as vias judiciais para impedir o avanço da matéria. "Nosso advogado pretende despachar com a ministra Cármen Lucia, do STF (Supremo Tribunal Federal) para defender a ilegalidade deste projeto de lei", disse.
O secretário da federação disse ainda que nos próximos dias haverá ações nas redes sociais para rebater o que chamou de "mentiras" do ministro das Comunicações, Fabio Faria, em defesa da privatização. "Vamos rebater as mentiras que ele falou em pronunciamento", afirmou.
Judicialização
Antes mesmo de ser aprovada pelo Congresso, a privatização dos Correios é objeto de uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal), movida pela Associação dos Profissionais dos Correios (ADCap) e está sob responsabilidade da ministra Cármen Lucia.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) já se manifestou contra a privatização do serviço postal e dos correios aéreos.
Projeto falho e processo inadequado
O vice-presidente da ADcap, Marcos Cesar Alves da Silva, afirmou que o projeto que o governo tenta acelerar "tem falhas gravíssimas de concepção que podem colocar em risco o consolidado serviço postal do país".
"Sem passar pelas comissões temáticas, em função do regime de urgência que lhe foi conferido, e sem sequer ter sido analisado por uma comissão especial, como seria minimamente necessário, o PL-591/2021 tem sido, irresponsavelmente, incluído na pauta de votação do Plenário da Câmara", afirmou, em nota.
Correios e lucro
Conforme mostrou reportagem do UOL, os Correios são lucrativos e, nos últimos 20 anos, repassaram 73% dos resultados positivos acumulados ao seu único acionista, o governo federal.
"Os estudos para a privatização dos Correios são enviesados, para confirmar o que o governo já queria", diz Silva. Ele alega que a venda da estatal atende somente a interesses de pessoas que pretendem se apropriar de uma empresa lucrativa.
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