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Queiroga desconversa sobre ter mostrado dedo a manifestantes: 'Que gesto?'
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, evitou comentar o gesto obsceno que fez a manifestantes contrários ao presidente Jair Bolsonaro, em Nova York, na última segunda-feira (20), disse ainda que não estava irritado e que não se preocupa com as críticas ao seu ato.
Queiroga estava em um micro-ônibus que transportava a comitiva do presidente Jair Bolsonaro. Após o veículo ter passado por um grupo de manifestantes, o ministro se levantou de seu assento e mostrou o dedo do meio com as duas mãos de forma veemente.
Em conversa por telefone com a coluna, na noite desta terça-feira (21), na qual confirmou que testou positivo para covid, o ministro rebateu ao ser questionado sobre o gesto. "Que gesto? Sabe qual o grande gesto? É mais de 50% da população adulta brasileira com duas doses de vacina", disse.
O ministro disse ainda não se preocupar com a repercussão negativa do caso. "Eu não me preocupo com crítica, se eu ficar vendo jornal para ficar vendo críticas eu não trabalho. Segundo ele, as críticas "são injustas e infundadas". "Essas críticas vêm de pessoas que criticam o tempo inteiro", disse.
Questionado se seu gesto não era uma clara demonstração de que ele havia ficado nervoso com as manifestações contrárias ao presidente, ele negou.
"Sinceramente, eu não estou nem ligando para essas manifestações. Quando cheguei no ministério já me xingaram de todo tipo de coisa", disse o ministro, que completou em tom de provocação aos opositores: "Quem tomar vacina foi vacina que nós trouxemos", afirmou.
Polêmica com adolescentes
Queiroga afirmou ainda que não precisa rebater as críticas porque "os dados falam por si só" e lembrou a polêmica da suspensão da vacinação em adolescentes.
O ministro repetiu que a suspensão aconteceu porque os estados se apressaram em antecipar o calendário de vacinação.
"O PNI (Plano Nacional de Imunização) recomendou que a vacinação nos adolescentes começasse dia 15 de setembro e tinha estado vacinando em agosto, adolescente com e sem comorbidade, sem respeitar as doses que era para ser aplicadas na D1 e D2", afirmou.
"Ai a gente tem que chegar e dizer: 'para com isso'. Vamos fazer as coisas como têm que ser feitas. Mas distorcem tudo", afirmou.
Na semana passada, em uma entrevista confusa, em que misturou o episódio da morte de uma adolescente em São Paulo com supostas suspeitas sobre as vacinas para essa faixa etária, Queiroga já havia dito que os estados foram "intempestivos" em acelerar a vacinação e ela não deveria ser mantida para os adolescentes.
Já ontem, em entrevista a jornalistas em Nova York, Queiroga afirmou que a existência de eventos adversos não é motivo para não vacinar.
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