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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Bolsonaro cobra Braga Neto, e Exército tenta explicar exigência de vacina

Bolsonaro conversa com ministro da Defesa, Walter Braga Netto, durante passagem de desfile de tanques em blindados por Brasília   - ANTONIO MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Bolsonaro conversa com ministro da Defesa, Walter Braga Netto, durante passagem de desfile de tanques em blindados por Brasília Imagem: ANTONIO MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em Brasília

07/01/2022 18h49Atualizada em 08/01/2022 11h42

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A diretriz publicada pelo comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, condicionando o retorno de militares ao trabalho presencial à vacinação contra a Covid-19 causou mal-estar no Palácio do Planalto.

O presidente Jair Bolsonaro reclamou com o ministro da Defesa, Braga Netto, de que as exigências feitas pelo Exército, que também inclui a proibição de fake News, seriam inoportunas e desnecessárias.

Conforme revelou o jornal O Globo, após a irritação de Bolsonaro, a ordem foi que o Exército explicasse melhor a medida e agora os militares trabalham na confecção de uma nota oficial.

A informação foi confirmada com duas fontes pela coluna, que disseram que o texto estava sendo finalizado. Apesar disso, até o começo da noite desta sexta-feira (7) a nota não havia sido publicada.

Após algumas reuniões, fontes do Exército afirmaram que o mal-estar com o presidente havia sido equalizado e que não havia nenhum abalo na relação com o Comandante, general Paulo Sérgio.

Defesa já tinha portaria

Fontes militares ouvidas pela coluna tentaram minimizar o desgaste e lembraram que o próprio Ministério da Defesa já havia publicado uma portaria com conteúdo semelhante no fim do ano passado.

A portaria (4.855), que trata do retorno gradual às atividades presenciais, prevê que "os servidores e militares da administração central do Ministério da Defesa, com exceção daqueles a que se referem as hipóteses do art. 4º, retornarão às atividades presenciais quinze dias após terem se imunizado contra a COVID-19".

Apesar disso, na Defesa, auxiliares do ministro negam que se trata de uma exigência de vacinação.

O artigo 4º citado no trecho da portaria prevê algumas exceções, como fatores de risco ou gestação, para a volta do trabalho presencial.

Campanha para vice?

A obediência crescente de Braga Neto às reclamações de Bolsonaro evidencia, na avaliação de algumas fontes militares e do governo, o anseio do ministro em se cacifar para uma vaga de vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.

O nome de Braga Neto para o posto tem circulado desde o fim do ano passado, mas a viabilidade de uma chapa com o aliado militar não agrada todo o entorno do presidente, que defende um nome político que possa agregar mais votos.