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Após Bolsonaro cobrar, Silva e Luna explica preços da gasolina a ministros
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O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, veio a Brasília nesta terça-feira (8), um dia após cobranças públicas do presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação aos preços dos combustíveis.
Pressionado pela campanha à reeleição, Bolsonaro está disposto a efetuar mudanças na política de preços da Petrobras e membros da chamada ala política do governo têm defendido o uso de subsídios do Tesouro como uma das alternativas para conter a escalada dos preços.
Segundo apurou a coluna, na reunião que aconteceu na Casa Civil, comandada pelo ministro Ciro Nogueira (PP-PI), Silva e Luna estava acompanhado por técnicos da estatal e apresentou aos ministros o funcionamento da política de preços da Petrobras.
Além de Ciro Nogueira, estavam presentes os ministros da Economia, Paulo Guedes, das Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
A reunião durou pouco menos de duas horas, e não houve uma conclusão. Segundo fontes, agora as discussões devem prosseguir "no âmbito do governo".
Contra 'canetadas'
Não é a primeira vez que o general Silva e Luna tem que defender o atual modelo da estatal para o governo. Desde que chegou ao cargo, em abril do ano passado, o presidente da Petrobras tem dado declarações contrárias a mudanças na gestão da empresa.
Em entrevista à coluna, em outubro do ano passado, o general afirmou que a Petrobras "não tem nem a capacidade nem a legitimidade para controlar os preços de combustíveis praticados no Brasil". "O que evita o desabastecimento nos mercados e viabiliza o crescimento equilibrado da economia é justamente a aceitação de que os preços são determinados pelo mercado, não por 'canetadas'", disse, na ocasião.
Economia quer cautela
No Ministério da Economia, a ordem é tratar o tema dos combustíveis com cautela. Além de pertencer à alçada do Ministério de Minas e Energia, Guedes tem defendido que é preciso aguardar os desdobramentos da guerra entre a Rússia e a Ucrânia para que se possa ter uma melhor dimensão do impacto da crise.
A principal aposta da equipe de Guedes é que uma solução de curto prazo possa vir do Senado, que pode colocar amanhã (9) em votação os projetos que mexem nos preços dos combustíveis.
A equipe econômica tem mantido diálogo com o relator das propostas em tramitação, o senador Jean Paul Prates (PT-RN). Mesmo sendo de oposição, integrantes do governo buscaram o senador para tentar acertar pontos convergentes nos textos e, com isso, facilitar a aprovação.
O governo deve, inclusive, apresentar uma emenda ao texto com a previsão de "uma regra de transição, com efeito imediato" para as mudanças no sistema de arrecadação dos estados.
'Prioridades' da agenda de Bolsonaro
No momento da reunião sobre combustíveis no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro preferiu receber um grupo de evangélicos no Palácio da Alvorada, em mais um ato fora da agenda oficial.
O evento aconteceu em tom de campanha, com diversos pastores discursando. A ideia de auxiliares de Bolsonaro é reforçar a imagem do apoio dos líderes religiosos à reeleição. Representantes de uma importante parcela dos eleitores, os líderes evangélicos têm sido disputados pelos presidenciáveis.
Ontem (7), Bolsonaro também usou parte do dia para focar em eleições e abriu as portas do Planalto para um grupo de ruralistas envolvidos em arrecadação de campanha. O compromisso também não estava na agenda oficial.
Apesar de o presidente da Petrobras vir do Rio a Brasília para a reunião sobre os preços dos combustíveis, até o início da noite desta terça-feira (8), Bolsonaro não recebeu o general. Segundo auxiliares, não há a previsão de um encontro entre os dois. Silva e Luna retorna na quarta-feira ao Rio de Janeiro.
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