IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Carla Araújo

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Bolsonaro investe no 'bem contra o mal' numa reedição do 'nós contra eles'

Do UOL, em Brasília

29/03/2022 12h33

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o evento de lançamento de sua pré-candidatura no último domingo, em Brasília, para testar uma espécie de novo slogan que deve ser cada vez mais frequente em seus palanques: "a luta do bem contra o mal".

A avaliação feita por auxiliares do Palácio do Planalto é que a estratégia pode ser eficiente e "colar nos eleitores", com o presidente tentando reforçar a imagem de que ele "é o bem" e o seu principal adversário, o ex-presidente Lula, é "o mal".

Nas palavras de um assessor do presidente, a ideia seria uma reedição do "nós contra eles" que o ex-presidente Lula usava na campanha de 2010, quando a polarização do PT acontecia com o PSDB.

Segundo uma fonte próxima do presidente, o fato de a presidente do PT, deputada Gleise Hoffmann, ter reagido à fala de Bolsonaro mostra que "o PT sentiu". Justamente por isso, nos próximos eventos e palanques, o conselho de auxiliares é para que Bolsonaro reforce a estratégia.

No evento de domingo, Bolsonaro disse ainda que o seu inimigo "não é externo, é interno". "Não é uma luta da esquerda contra a direita, é uma luta do bem contra o mal, e nós vamos vencer", afirmou o presidente.

Na reação, Gleisi afirmou que se tratava mesmo da luta do bem contra o mal e rebateu Bolsonaro dizendo que o atual presidente é que seria a representação do mal. "Você é o mal, o câncer do Brasil", escreveu a petista.

Conforme mostrou a coluna, Lula já usou uma frase similar, mas no lugar de "bem e mal" escolheu "Deus e o Diabo". "A humanidade acompanha há séculos a polarização entre Deus e o Diabo e nunca teve uma terceira via", disse o ex-presidente a aliados ao comentar que não acredita numa disputa que não seja polarizada entre ele e Bolsonaro.