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Difícil de sair, proposta de Bolsonaro para diesel adia problema para 2023
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) está determinado a repetir exaustivamente que a culpa pelo alto preço dos combustíveis é dos governadores.
Bolsonaro já está convencido que o problema para sua campanha à reeleição vai ser a economia e precisa mostrar ação do governo.
Quando Bolsonaro convoca a imprensa para fazer anúncios, já apelidados por caminhoneiros como "solução tabajara", o eleitor do presidente celebra. Vai às redes sociais e cria hashtags com cobrança a governadores.
Mas e o preço nas bombas. Quando ele vai cair?
É isso que o eleitor quer saber. E o governo não tem essa resposta.
Se Bolsonaro pretende ganhar votos para além dos já convertidos, ele precisará fazer com que o eleitor sinta a redução dos preços no bolso na hora de abastecer. E isso vai muito além da vontade do presidente.
As propostas apresentadas ontem (6) por Bolsonaro, ao lado dos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, e de diversos ministros, não são simples de serem implementadas. Além de lacunas, há muitos acordos para serem costurados para que qualquer medida saia do papel.
Desde o início do ano, por exemplo, o governo estuda fazer medidas para baixar o preço dos combustíveis por meio de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição). O texto final dessa prometida nova PEC, que poderá ressarcir os estados, porém, ainda não é totalmente conhecido.
Lira diz que trabalhará pela PEC se Pacheco aprovar o texto do ICMS no Senado. Pacheco, por sua vez, diz que vai conversar com os governadores para buscar consenso para aprovar a medida.
Apesar de reconhecerem que nenhum parlamentar vai querer votar contra redução de impostos, Lira e Pacheco sabem que o calendário apertado de ano eleitoral prejudica o andamento dos trabalhos no Congresso e dificulta a aprovação de medidas como a PEC, que precisa passar por dois turnos, nas duas casas.
Ontem, Guedes — que tem recebido manifestações públicas de apoio de Bolsonaro enquanto é criticado pelo Centrão — prometeu que a medida terá tempo definido, até 31 de dezembro deste ano, e um valor definido, que foi especificado apenas após o evento, entre R$ 25 bilhões e R$ 50 bilhões. A conta atual do ministério é de um impacto de R$ 40 bilhões, já contando com recursos da capitalização da Eletrobras, que ainda nem aconteceu.
Ou seja, para este ano o governo acredita ter uma solução ou pelo menos vai dizer que "fez sua parte". Para depois da eleição, a conta será outra e o problema da alta dos preços — que estão atrelados ao cenário internacional — ainda deve continuar.
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