Ação da Cesp cai 6,5% no dia e acumula perda de mais de 40% em dois meses
A ação da Cesp (CESP6) recuou mais de 6% nesta segunda-feira (12), após a renúncia do diretor financeiro da companhia na noite de sexta-feira em meio ao processo de renovação de concessões do setor elétrico.
Desde 11 de setembro, no anúncio do plano da presidente Dilma Rousseff para redução média de 20% na conta de luz no país em 2013, as ações da Cesp acumulam baixa de mais de 40%.
Para o UBS, a saída do diretor financeiro e de Relações com Investidores da Cesp Vicente K. Okazaki sugere o risco de que a empresa aceite os termos negativos da renovação antecipada e condicionada de concessões do setor elétrico. A analista Lilyanna Yang, do UBS, reduziu o preço-alvo para as ações da Cesp de R$ 24 para R$ 18.
A ação preferencial da empresa perdeu 6,52%, a R$ 16,05. Foi a maior queda entre os papéis que integram a carteira teórica do Ibovespa, que teve desvalorização de 0,51% na sessão.
Para o analista Miguel F. Rodrigues, do Morgan Stanley, o mercado pode ter entendido que a renúncia do diretor financeiro é um sinal de que não há consenso na Cesp sobre a decisão de renovar as concessões, pressionando as ações da companhia.
"Embora a rejeição da renovação das concessões pareça ser a alternativa mais atrativa para a Cesp, não podemos descartar um cenário em que a empresa aceite a renovação, refletido em nosso pior cenário, no qual vemos uma baixa de 50% no nosso cenário base de preço de R$ 18 por ação", escreveu Rodrigues em relatório.
No fim da sexta-feira, a Cesp anunciou a saída do diretor financeiro e de RI, sem informar o motivo de sua renúncia. Ele será substituído interinamente pelo presidente-executivo da Cesp, Mauro Arce, que acumulará as funções.
A geradora paulista, uma das empresas mais afetadas pela renovação das concessões do setor elétrico, também divulgou lucro de R$ 149,6 milhões para o terceiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 98,6 milhões um ano antes.
A Cesp tem mais de três quartos de sua capacidade de geração na lista de hidrelétricas sujeitas à renovação de concessões elétricas que venceriam de 2015 a 2017 --componente importante da equação do governo para redução média de 20% na conta de luz no Brasil em 2013.
Se optar pela renovação antecipada, a Cesp receberá indenização de R$ 1 bilhão pelos investimentos não depreciados nas usinas Ilha Solteira e Três Irmãos. O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, dizia que apenas Ilha Solteira tinha R$ 4 bilhões não amortizados.
Além do ressarcimento inferior ao esperado pelo governo do Estado, a Cesp terá a menor tarifa de geração no processo de renovação das concessões, segundo divulgou o governo federal.
(Com informações da Reuters)
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