Poupança, CDB ou Tesouro: qual a melhor renda fixa com Selic a 10,5%
O Banco Central decidiu na quarta-feira (19) manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano. O que significa uma pausa no ritmo da queda de juros, após os seis cortes consecutivos de 0,5 pontos percentuais e o último de 0,25 p.p. em maio. Entenda como isso impacta nos seus investimentos de renda fixa e qual será o rendimento nas principais aplicações como poupança, CDB e Tesouro Selic.
Impacto para seus investimentos
Com a taxa no mesmo patamar, os rendimentos seguem sem mudanças significativas. E, mesmo com os cortes nos juros nos últimos meses, algumas opções de renda fixa apresentam resultados interessantes. Por exemplo, LCI, LCA e debêntures incentivadas rendem próximo ou até mais que a taxa.
Opções atreladas à Selic tendem a não ser tão atrativas. Dentre elas estão o Tesouro Selic, título público federal que acompanha a taxa básica de juros. Hoje, o retorno está em 8,32%, conforme a estimativa do buscador de investimentos Yubb.
Ativos que seguem a remuneração do CDI também rendem menos. O Certificado de Depósito Interbancário é a taxa cobrada em operações entre bancos, e normalmente segue a Selic. Dentre essas aplicações estão os CDBs de bancos grandes e médios, além dos fundos DI.
Poupança continua com rendimento de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). A TR se manteve zerada por muito tempo e agora está acima de zero, ou seja, melhorando o rendimento. Essa regra da poupança vale para quando a Selic está acima de 8,5%. Com uma taxa de juros abaixo desse patamar, a poupança rende 70% da Selic, mais a TR. O retorno da poupança está em 7,46% ao ano.
Temos uma visão positiva para a renda fixa, encontramos bons retornos nos investimentos, mesmo com a queda da taxa de juros, o investidor ainda consegue uma boa rentabilidade com um risco bastante baixo.
Antônio Sanches, analista de research da Rico Investimentos
Quanto rendem R$ 1.000 com a Selic a 10,50%?
Veja abaixo quanto rendem R$ 1.000 em diferentes aplicações no período de um ano. A simulação foi feita com auxílio do Yubb e a partir da taxa Selic fixa em 10,50%.
O cálculo considera a taxa de 20% de Imposto de Renda nos investimentos tributados (Tesouro Selic e CDBs). A taxa é paga nos resgates feitos entre 181 e 360 dias. Se o resgate for feito após um ano, o imposto é de 17,5%. Se for feito em até seis meses, a alíquota é de 22,5%. A poupança, LCI, LCA e debêntures incentivadas são isentas de IR.
- Poupança: R$ 74,60 (7,46%)
- Tesouro Selic: R$ 83,2 (8,32%)
- CDB: Entre R$ 62,4 e R$ 95,7, dependendo do banco (de 6,24% a 9,57%)
- LCA: R$ 101,92 (10,19%)
- LCI: R$ 105,04 (10,50%)
- Debêntures incentivadas: R$ 118,56 (11,86%)
Quanto o investidor poderá sacar em um ano com a Selic a 10,50%?
- Poupança: R$ 1.074,60
- Tesouro Selic: R$ 1.083,20
- CDB: Entre R$ 1.062,40 e R$ 1.095,68
- LCA: R$ 1.101,92
- LCI: R$ 1.105,04
- Debêntures incentivadas: R$ 1.118,56
Qual o ganho real, descontada a inflação?
Inflação determina o poder de compra ao longo do tempo. Por isso, é importante que o investidor fique atento ao comportamento do índice, que interfere no ganho real dos seus investimentos.
A expectativa de inflação para 2024 é de 3,96%. O dado é do Boletim Focus publicado pelo Banco Central em 17 de junho. Foi esse o dado usado ao calcular o rendimento real de cada aplicação descontada a inflação.
- Poupança: R$ 33,60 (3,37%)
- Tesouro Selic: R$ 41,94 (4,19%)
- CDB: Entre R$ 21,93 e R$ 53,94 (de 2,19% a 5,39%).
- LCA: R$ 59,95 (5,99%)
- LCI: R$ 62,95 (6,29%)
- Debêntures incentivadas: R$ 75,95 (7,60%)
Brasil x Estados Unidos
Nos Estados Unidos, as alocações em renda fixa são pré-fixadas. O investidor vai ficar aplicado pelo prazo do título. Já no Brasil, as classes de ativos têm apresentado retornos elevados, considerando ainda juros em alta até o final de 2025, explica Sanches.
Renda variável global pode ser uma boa opção, mas com cautela. O cuidado é por conta dos preços das empresas no exterior, quem alocar tem que pesquisar bem. Enquanto por aqui, as empresas estão baratas, facilitando encontrar as que apresentam crescimento sólido com uma visão de longo prazo.
Diversificação é a palavra chave para montar o portfólio. Como os países estão em momentos diferentes de juros, mas ainda em patamares altos, é necessário mesclar as opções e riscos, não aplicando todo o dinheiro em um único ativo.
Perspectiva é que os juros nos EUA demorem para cair, hoje entre 5,25% a 5,50% ao ano. O que acaba influenciando os demais países por ser uma potência mundial. No Brasil, o estimativo é fechar 2024 com a Selic em 10,50% e 9,50% no próximo ano.
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