Dólar passa a subir e Bolsa tem alta limitada durante entrevista de Lula

Após refletir o bom humor do mercado financeiro com a decisão unânime do Copom (Comitê de Política Monetária) pela manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano nas primeiras horas desta quinta-feira (20), o dólar estava em queda, mas passou a subir e o Ibovespa, principal índice acionário do Brasil, teve a alta limitada. A oscilação ocorreu durante entrevista concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nas respostas, ele lamentou o veredito do BC (Banco Central).

O que aconteceu

Dólar reverte baixa que fez a moeda ser cotada abaixo dos R$ 5,40. Às 12h14, a moeda norte-americana era vendida a R$ 5,44, com variação positiva de 0,03%. Já a Bolsa, que chegou a subir mais de 1%, tece a alta limitada para 0,38%, aos 120.962,08 pontos.

A entrevista com o presidente Lula começou às 11h50. Naquele momento, o dólar recuava 0,27% e era negociado a R$ 5,43. O Ibovespa, por sua vez, apresentava alta de 0,55%.

Na abertura da sessão, às 9h30, o dólar comercial operava em queda de 0,62%, negociado a R$ 5,408. O movimento sinaliza para a reversão da sequência de quatro pregões consecutivos de valorização da divisa. No intervalo, a moeda norte-americana saltou 1,1%, de R$ 5,38 para R$ 5,44.

Cotação do dólar bateu R$ 5,48 durante a sessão véspera. No pregão desta quarta-feira (19), a moeda norte-americana engatou a quarta valorização seguida ao subir 0,15%. Ao final do dia, a moeda era vendida a R$ 5,44, maior valor em um ano.

Com a sequência de altas, dólar acumula variação de 3,67% neste mês. Já no acumulado de 2024, a valorização da moeda norte-americana ante o real supera os 12% desde o último pregão do ano passado, quando a divisa encerrou o dia negociada a R$ 4,85.

Taxa Selic no radar

Decisão do Copom contribui para o movimento de queda do dólar. O consenso entre os diretores do Copom pela interrupção do ciclo de cortes da taxa Selic foi vista com bons olhos pelos analistas do mercado financeiro. "O comitê parece agir em conjunto para estancar a desancoragem recente nas expectativas de inflação", avalia Luan Alves, analista-chefe da VG Research.

Analistas temiam nova definição dividida da autoridade monetária. A unanimidade entre os integrantes do colegiado é vista como determinante para os próximos passos da condução monetária a partir da nova indicação para a presidência do BC. "Esse movimento afasta, a princípio, uma preocupação do mercado de que as futuras decisões pudessem ser tendenciosas e menos técnicas", disse Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.

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Comemorada pelo mercado, decisão é criticada por Lula. Durante a entrevista para o Diário do Nordeste, o presidente classificou a manutenção da taxa básica como "uma pena" e avaliou que o veredito não é positivo para o país "Quem está perdendo com isso é o Brasil, é o povo brasileiro", afirmou Lula.

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