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É possível negociar salário na entrevista de emprego, mas com cuidado

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Do UOL, em São Paulo

22/01/2016 06h00

Encarar a pressão de passar por um processo de seleção para um emprego não é tarefa fácil. Em muitos casos, são diversas etapas, entre provas, entrevistas e dinâmicas, que se alongam por semanas e envolvem vários profissionais da empresa.

Nessa situação, nem todos se sentem à vontade ou no direito de negociar um salário melhor, com medo de perder a oportunidade. Veja seis dicas para saber quando isso é possível e aumentar a chance de sucesso.

Qualquer um pode negociar?

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A coach de carreira Ana Lisboa afirma que a negociação por condições melhores não depende do nível hierárquico. "Entrevista é um processo de negociação. Trocam-se as experiências profissionais por uma remuneração. É o momento certo para negociar salário."

Karina Freitas, diretora de transição de carreiras da consultoria Stato, acredita, porém, que funciona melhor em cargos mais altos.

"Em outros níveis isso fica mais difícil, porque têm faixas salariais muito bem definidas", afirma. "Dificilmente um analista vai conseguir negociar um valor 20% maior do que a proposta. Mas não é impossível". Para ela, um candidato a esses cargos tem pouco a ganhar com uma negociação.

Mesmo quem está desempregado?

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Quem está parado, naturalmente, vai ter menos poder de barganha e, em geral, prefere não arriscar uma negociação.

Mesmo assim, é possível tentar, ainda que seja mais difícil. "Vi casos de executivos que conseguiram, mesmo sem estarem trabalhando", diz Freitas. Para ter sucesso, nesse caso, é preciso mostrar muito bem suas qualidades para a vaga.

Qual é o momento para negociar?

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Imagem: John Moore/AFP

O candidato nunca deve começar o processo seletivo discutindo salário nas primeiras etapas. "Isso pode mostrar ansiedade em relação a valores e não passa uma imagem positiva, detalhe que elimina um, favorecendo outro", diz Ana Lisboa.

A negociação deve ser deixada para a última etapa, quando a empresa fizer uma proposta e deixar claro que quer contratá-lo, segundo Karina Freitas. "Ao longo do processo seletivo, ele (candidato) tem um único objetivo: que o outro lado goste dele. A negociação é o último estágio."

Recebi a proposta. O que faço?

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Quando a empresa apresenta uma proposta salarial que não salta aos olhos logo de cara, o melhor é perguntar se pode pensar. Não muito: um dia ou dois, no máximo.

Muitas vezes, o valor do salário pode chamar atenção em um primeiro momento e parecer uma condição melhor do que a do emprego atual. As especialistas aconselham, porém, a analisar o pacote de benefícios também, como bônus, plano de saúde e vales.

Só aceite depois de ter certeza que a proposta é vantajosa.

Quanto é possível pedir?

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O salário que vai pedir na negociação vai depender de muitos fatores. Karina Freitas aconselha a avaliar o que o mercado está pagando e quanto a empresa costuma oferecer. Também se baseie no seu salário atual ou que recebia no emprego anterior.

Apesar de ser difícil definir precisamente quanto é possível pedir, ela aconselha a nunca fazer uma contraproposta além de 20% a mais do que foi oferecido pela empresa.

Como devo fazer a contraproposta?

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Para aumentar a chance de sucesso, a contraproposta deve ser bem fundamentada. Explique qual é a base que usou para chegar ao valor pedido e o que está deixando para trás no outro emprego (se estiver trabalhando).

Também é válido justificar suas necessidades. Explique por que precisa ganhar mais, seja por causa de um curso que está pagando, despesas para se manter, filhos ou para fazer uma faculdade, diz Lisboa.