Emprego na indústria cai pelo 4º ano seguido e tem maior queda desde 2002
O número de trabalhadores na indústria em 2015 caiu pelo quarto ano seguido, mas a queda foi a maior desde 2002, quando a pesquisa começou a ser feita.
Em 2015, o número de empregados na indústria caiu 6,2%. Em 2014, havia caído 3,2%. Em 2013, o recuo havia sido de 1,1% e em 2012, de 1,4%.
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada nesta quinta-feira (18) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A crise econômica tem levado à queda na produção da indústria e, consequentemente, à piora no mercado de trabalho nesse setor. Em 2015, a indústria produziu 8,3% a menos que em 2014, pior resultado desde 2003.
Dezembro: 51ª queda seguida
Em dezembro, o total de trabalhadores na indústria caiu 0,6% na comparação com novembro. Foi o 12º mês seguido de queda.
Na comparação com dezembro de 2014, o recuo foi bem maior: de 7,9%, o maior desde o início da pesquisa, em 2002. Nesse tipo de comparação, foi a 51ª queda seguida.
Na pesquisa anterior, com dados de novembro do ano passado, a queda do emprego industrial tinha sido de 0,4% no mês e de 7,2% em um ano.
Queda em todos os ramos
No acumulado de 2015, a redução no número de empregados da indústria foi generalizada: atingiu os 18 ramos pesquisados pelo IBGE. Segundo o instituto, os setores que mais impactaram o recuo no total de empregos na indústria do país foram:
- Meios de transporte: -11,4%
- Máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações: -13,9%
- Produtos de metal: -10,7%
- Máquinas e equipamentos: -8,3%
- Alimentos e bebidas: -2,2%
- Outros produtos da indústria de transformação: -9,7%
- Vestuário: -6,4%
- Borracha e plástico: -5,7%
- Calçados e couro: -6,8%
- Metalurgia básica: -7,5%
- Minerais não-metálicos: -4,8%
- Produtos têxteis: -5,7%
- Papel e gráfica: -3,5%
- Indústrias extrativas: -4,7%
Total pago em salários cai 7,9%
O valor da folha de pagamento dos trabalhadores da indústria, descontando o efeito da inflação, encolheu 7,9% no ano passado. Foi a maior queda registrada desde o início da pesquisa, em 2002. A queda também foi generalizada e atingiu os 18 ramos pesquisados pelo IBGE.
O total de horas pagas pelas indústrias também teve o pior resultado desde 2002, caindo 6,7% no ano passado. Todos os setores registraram queda.
Outras pesquisas do IBGE
Essa é a última vez que o IBGE faz a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes).
O instituto pretende manter apenas outra pesquisa de emprego, a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua mensal. Ela leva em conta os trabalhadores de todos os setores da economia, não apenas da indústria. Segundo o IBGE, é mais ampla e diminuiu a relevância das informações obtidas a partir da Pimes.
A última Pnad Contínua mensal registrou desemprego de 9% no trimestre de agosto a outubro do ano passado, o maior desde 2012.
O IBGE faz, ainda, uma terceira pesquisa sobre empregos que considera todos os setores da economia: a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). A PME também deve deixar de ser feita neste ano. A última registrou média de desemprego de 6,8% em 2015.
Pesquisa do Ministério do Trabalho
Além do IBGE, o Ministério do Trabalho também apresenta dados sobre emprego, levando em conta o número de contratações e demissões de pessoas com carteira assinada, baseados no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
No mês passado, o Ministério divulgou que o Brasil perdeu 1,54 milhão de vagas de trabalho com carteira em 2015, pior resultado para um ano desde o início da pesquisa, em 1992.
Segundo o ministério, a indústria foi o setor que mais cortou vagas no ano passado, com 608.878 a menos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.