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Brasil perde 91 mil empregos com carteira em junho e mais de 530 mil no ano

Marcos Santos/USP Imagens
Imagem: Marcos Santos/USP Imagens

Do UOL, em São Paulo

27/07/2016 17h05Atualizada em 27/07/2016 22h52

O Brasil perdeu 91.032 vagas de trabalho com carteira assinada em junho. O resultado é pior do que o registrado em maio (-72.615), mas melhor do que o de junho do ano passado (-111.199). Foi o 15º mês seguido em que o Brasil teve corte de vagas.

No primeiro semestre, o Brasil perdeu 531.765 postos com carteira. É o pior resultado para o período desde que essa pesquisa começou a ser feita, em 2002.

No acumulado em 12 meses, são 1,77 milhão de vagas a menos.

O dado considera o saldo de vagas, ou seja, o total de demissões menos o de contratações no período. Em junho, foram cerca de 1,2 milhão de contratações e 1,3 milhão de demissões.

O resultado de junho foi pior do que o esperado por analistas. Pesquisa da agência de notícias Reuters indicava a perda de 58 mil empregos em junho. 

Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta quarta-feira (27).

Só agricultura e governo contrataram

Dos oito setores pesquisados, seis tiveram corte de vagas em junho:

  • Agricultura: +38.630
  • Administração pública: +790
  • Serviços: -42.678
  • Indústria de transformação: -31.102
  • Construção civil: -28.149
  • Comércio: -26.787
  • Serviços industriais de utilidade pública: -991
  • Extrativa mineral: -745

MG, GO e MT abrem mais vagas

Quatro das cinco regiões do país registraram corte de vagas em junho. Apenas o Centro-Oeste teve resultado positivo, com 3.110 novos empregos. A maior queda foi verificada no Sudeste (-47.524).

Considerando os 26 Estados e o Distrito Federal, só oito tiveram abertura de vagas:

  • Minas Gerais: +4.567
  • Goiás: +3.369
  • Mato Grosso: +2.589
  • Acre: +191
  • Piauí: +101
  • Amapá: +54
  • Mato Grosso do Sul: +35
  • Maranhão: +17

As maiores perdas foram em São Paulo (-29.915), Rio de Janeiro (-15.748) e Rio Grande do Sul (-10.340).

IBGE faz pesquisa diferente

Os dados divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho consideram apenas os empregos com carteira assinada.

Existem outros números sobre desemprego apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que são mais amplos, pois levam em conta todos os trabalhadores, com e sem carteira.

A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua mensal registrou que o Brasil tinha, em média, 11,4 milhões desempregados de março a maio deste ano.

(Com Reuters)

Correção: o texto informava inicialmente números incorretos de contratações e demissões em junho. Os dados haviam sido divulgados pelo Ministério do Trabalho, que os corrigiu posteriormente. O texto foi corrigido.

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