Desemprego cai para 11,9%, mas ainda atinge 12,5 milhões de pessoas
O desemprego no país foi de 11,9%, em média, no trimestre encerrado em setembro, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice caiu em relação ao trimestre anterior (12,4%) e também na comparação com o mesmo período do ano passado (12,4%).
Segundo o IBGE, o número de desempregados no Brasil foi de 12,5 milhões de pessoas. Isso representa queda de 3,7% em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de 2017, houve queda de 3,6%.
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Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30) pelo IBGE e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. A pesquisa não usa só os trimestres tradicionais, mas períodos móveis (como fevereiro, março e abril; março, abril e maio etc.).
Aumento da informalidade
O total de pessoas ocupadas aumentou 1,5% em relação ao trimestre anterior puxado pela alta do trabalho informal, sem carteira assinada.
A quantidade de empregados no setor privado sem carteira assinada cresceu 4,7% em relação ao trimestre anterior, chegando a 11,5 milhões de pessoas. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 5,5%.
Já a soma dos trabalhadores por conta própria cresceu 1,9% na comparação com o trimestre anterior, alcançando 23,5 milhões de pessoas.
Tem uma retirada de pessoas da fila da desocupação, uma queda de quase meio milhão de pessoas. O problema maior desse avanço é que isso se deu em emprego sem carteira e por conta própria. É um resultado favorável, mas voltado para informalidade e aumento da subocupação
Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE
A subocupação se refere às pessoas que estavam empregadas, mas gostariam de trabalhar mais horas por dia. No trimestre encerrado em setembro, 6,9 milhões de pessoas se encontravam nessa situação, um aumento de 5,4% em relação ao trimestre anterior e de 9,3% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Vagas com carteira e rendimento
O número de empregados com carteira de trabalho assinada (33 milhões) ficou estável em relação ao trimestre anterior. Também houve estabilidade na comparação com o mesmo trimestre de 2017, o que não acontecia havia 13 trimestres.
Segundo o IBGE, o rendimento médio do trabalhador ficou em R$ 2.222 no trimestre de julho a setembro, resultado considerado estável em ambas as comparações.
Desalento
De acordo com o IBGE, o país registrou 4,8 milhões de pessoas em situação de desalento (que desistiram de procurar emprego) no trimestre encerrado em setembro de 2018. O número ficou estável em relação ao trimestre anterior.
Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, porém, este indicador apresentou alta de 12,6%, ou seja, mais 600 mil pessoas desalentadas.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade --e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
Recuperação lenta
O mercado de trabalho vem mostrando dificuldade de recuperação diante do crescimento da economia.
Pesquisa Focus mais recente do Banco Central, que ouve cerca de uma centena de economistas todas as semanas, mostrou que as expectativas para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano estavam em 1,36%.
Metodologia da pesquisa
A Pnad Contínua é realizada em 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.
Existem outros números sobre desemprego apresentados pelo Ministério do Trabalho, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados são mais restritos porque consideram apenas os empregos com carteira assinada.
(Com Reuters)
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