IBGE: Informalidade cresce e atinge 37,3 milhões de trabalhadores em 2017
A informalidade cresceu no Brasil. Em 2017, o país tinha 37,3 milhões de pessoas trabalhando sem carteira assinada, o que significa 1,7 milhão a mais do que em 2016, quando 35,6 milhões trabalhadores estavam nesta situação.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (5) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) e têm como base informações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua.
O total de trabalhadores informais em 2017 representa 40,8% de toda a população ocupada (que exerce alguma atividade remunerada) no país, de acordo com o IBGE.
Em novembro do ano passado, entrou em vigor a reforma trabalhista, a mais profunda mudança já realizada na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) desde que ela foi criada, em 1943. O governo Temer defendeu que a nova legislação criaria empregos e reduziria a informalidade.
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Os dados do IBGE apontam que a informalidade vinha caindo aos poucos desde 2012, quando começou a ser feita a pesquisa, mas aumentou no ano passado.
Veja abaixo o total de trabalhadores sem carteira a cada ano:
- 2012: 37,2 milhões
- 2013: 36,8 milhões
- 2014: 36,1 milhões
- 2015: 36,1 milhões
- 2016: 35,6 milhões
- 2017: 37,3 milhões
O IBGE não detalhou as causas do aumento na informalidade, apenas relacionou os números à crise econômica que o país atravessou nos últimos três anos.
Pretos ou pardos são maioria
Quase metade (46,9%) da população preta ou parda (denominação oficial usada pelo IBGE) está na informalidade. O percentual entre brancos é menor: 33,7%. O levantamento não apresenta resultados para amarelos (pessoa que se declara de origem japonesa, chinesa, coreana etc.), indígenas ou sem especificação.
O nível de informalidade é equivalente entre homens e mulheres: 40,8% deles não têm registro, enquanto 40,7% delas estão na mesma situação.
Em algumas atividades, porém, o nível de informalidade ultrapassa 50%. É o caso da agropecuária, em que 66,8% dos homens e 75,5% das mulheres não têm registro, e dos serviços domésticos, no qual 57,3% dos homens e 71,2% das mulheres exercem a função sem carteira assinada.
Informal recebe menos da metade
A renda do trabalhador sem carteira assinada é menos da metade da renda de quem atua com registro em carteira. Em 2017, os informais recebiam, em média, 48,5% dos rendimentos dos formais.
A desigualdade se manteve na comparação por sexos. Uma mulher informal recebeu, em média, 73% de um homem na mesma condição. Na análise por cor ou raça, uma pessoa preta ou parda na informalidade recebeu 60% de um branco que estava na mesma situação.
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