Desemprego cai para 11,6%, mas ainda atinge 12,2 milhões de pessoas
O desemprego no país foi de 11,6%, em média, no trimestre encerrado em novembro, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice caiu em relação ao trimestre anterior (12,1%) e também na comparação com o mesmo período do ano passado (12%).
Segundo o IBGE, o número de desempregados no Brasil foi de 12,2 milhões de pessoas. Isso representa queda de 3,9% em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de 2017, houve recuo de 2,9%.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28) pelo IBGE e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. A pesquisa não usa só os trimestres tradicionais, mas períodos móveis (como fevereiro, março e abril; março, abril e maio etc.).
Informalidade recorde
O total de pessoas ocupadas aumentou 1,2% em relação ao trimestre anterior puxado pela alta do trabalho informal, sem carteira assinada.
A quantidade de empregados no setor privado sem carteira assinada cresceu 4,5% em relação ao trimestre anterior, chegando a 11,7 milhões de pessoas. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 4,7%.
A soma dos trabalhadores por conta própria cresceu 2,3% na comparação com o trimestre anterior, alcançando 23,8 milhões de pessoas. Com isso, a informalidade atingiu o maior nível desde o início da pesquisa, em 2012.
Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, devido à ausência de postos de trabalho com carteira assinada, existe uma geração de trabalho voltado para a sobrevivência, como motorista de aplicativo, ambulantes e serviços de alimentação.
Desde o segundo trimestre de 2018, percebeu-se queda significativa da desocupação, o que seria uma notícia excelente não fosse o fato de ela vir acompanhada por informalidade. Ou seja, em termos de qualidade, há uma falha nesse processo de recuperação já que, desde 2012, esse é o maior índice de informalidade medido pela Pnad Contínua.
Cimar Azeredo
Vagas com carteira e rendimento
O número de empregados com carteira de trabalho assinada (33 milhões) ficou estável em relação ao trimestre anterior. Também houve estabilidade na comparação com o mesmo trimestre de 2017.
Segundo o IBGE, o rendimento médio do trabalhador ficou em R$ 2.238 no trimestre de setembro a novembro, resultado considerado estável em ambas as comparações.
Desalento
De acordo com o IBGE, o país registrou 4,7 milhões de pessoas em situação de desalento (que desistiram de procurar emprego) no trimestre encerrado em novembro de 2018. O número ficou estável em relação ao trimestre anterior.
Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, porém, este indicador apresentou alta de 9,9%.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade --e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
Recuperação lenta
O mercado de trabalho vem mostrando dificuldade de recuperação diante do crescimento da economia.
Pesquisa Focus mais recente do Banco Central, que ouve cerca de uma centena de economistas toda semana, mostrou que as expectativas para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano estavam em 1,3%.
Metodologia da pesquisa
A Pnad Contínua é realizada em 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.
Existem outros números sobre desemprego apresentados pelo Ministério do Trabalho, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados são mais restritos porque consideram apenas os empregos com carteira assinada.
(Com Reuters)
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