Em um ano de pandemia, Brasil fecha 7,8 milhões de postos de trabalho
Em um ano de pandemia, o Brasil fechou 7,8 milhões de postos de trabalho, de acordo com os números divulgados hoje da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do IBGE, divulgada nesta sexta-feira.
No período de dezembro a fevereiro, os dados mostram que a taxa de desemprego subiu para 14,4%, somando 14,4 milhões de desempregados, o maior da série histórica iniciada em 2012.
Em relação ao mesmo trimestre de 2020, o contingente de pessoas ocupadas apresentou queda de 8,3%, representando uma redução de 7,8 milhões de pessoas ocupadas.
"O trimestre encerrado em fevereiro de 2020 ainda era um cenário pré-pandemia e qualquer comparação com este período vai mostrar quedas anuais muito acentuadas. Isso explica o porquê da estabilidade no trimestre e alta no confronto anual", explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
Já em comparação ao trimestre anterior, a estabilidade do contingente de pessoas ocupadas - aproximadamente 85,9 milhões no trimestre encerrado em fevereiro de 2021 - é decorrente da informalidade, com o crescimento dos trabalhadores por conta própria.
Apenas essa categoria, que totaliza 23,7 milhões de pessoas, apresentou crescimento (3,1%) na comparação com o trimestre anterior (setembro a novembro de 2020). Em relação ao mesmo período do ano anterior, o indicador apresentou uma redução de 824 mil postos.
As demais categorias apresentaram estabilidade em relação ao trimestre anterior. Os trabalhadores do setor privado com carteira de trabalho assinada foram estimados em 29,7 milhões de pessoas. Os empregadores e trabalhadores do setor privado sem carteira assinada somam 9,8 milhões de pessoas. E os empregadores são 3,9 milhões de pessoas.
Na comparação com igual trimestre do ano anterior, porém, houve queda 11,7%, ou menos 3,9 milhões postos de trabalho para empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada; de 1,8 milhão de pessoas entre empregadores e trabalhadores do setor privado sem carteira assinada e de menos 552 mil empregadores.
População fora da força de trabalho
Esse grupo de pessoas que não estava nem ocupada nem desocupada na semana de referência da pesquisa manteve-se estável, em 76,4 milhões, comparada com o trimestre de setembro a novembro de 2020. Frente ao mesmo trimestre do ano anterior, houve expansão de 15,9% com o acréscimo de 10,5 milhões de pessoas.
Adriana explica que esse é um indicador que cresceu muito em 2020, em função do afastamento das pessoas do mercado de trabalho, voltando a retrair a partir de outubro e agora estável.
"Essa população fora da força foi afetada pelas restrições de funcionamento das atividades econômicas e pelas medidas de proteção. Muitas deixaram de procurar trabalho, outras perderam o trabalho e não viam condições de se reinserir, parando de exercer pressão no mercado de trabalho. Quando confrontamos com fevereiro de 2020, a população fora da força de trabalho é muito maior em função da própria dinâmica que a pandemia trouxe para o mercado de trabalho", diz a analista.
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