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Anfitriã e 'chofer' de pet: Como ganhar dinheiro cuidando de cães e gatos

Márcia Alves dos Santos e Toy, que sempre fica com ela nos finais de semana, férias e feriados - Arquivo pessoal
Márcia Alves dos Santos e Toy, que sempre fica com ela nos finais de semana, férias e feriados Imagem: Arquivo pessoal

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/07/2023 04h00

Se você gosta de animais de estimação, pode ganhar uma renda extra cuidando deles. Você pode passear com pets, hospedar cães e gatos na sua casa e até trabalhar transportando bichinhos em seu carro. Veja abaixo como funcionam esses trabalhos.

Um motorista de pet disse ao UOL tirar cerca de R$ 3.400 por mês. Uma cuidadora chega a ganhar R$ 10 mil num mês hospedando cães na sua casa. Leia relatos e conheça aplicativos que fazem intermediação entre tutores e prestadores de serviços autônomos.

'Cachorreira' ganha R$ 6.000 por mês

Sandra Moura, 62, hospeda cachorros desde 2015. Ela viu uma reportagem sobre ser anfitriã de pets e abriu sua casa no Planalto Paulista, em São Paulo, para receber animais.

Os tutores contratam Sandra via aplicativo da DogHero. A plataforma fica com 25% do valor da diária (R$ 120) que ela cobra.

É veterinária de formação, mas trabalhou pouco na área. Ela ficou longe do mercado de trabalho para cuidar dos três filhos. Antes dos pets, trabalhou por dez anos com organização de bufês de café em eventos, ganhando, em média, R$ 2.000 por mês.

Hoje, ela tira R$ 6.000 líquidos em média com o trabalho. Abriga em sua casa de cinco a dez cães nos finais de semana e de 20 a 25 em feriados e férias escolares, além de receber pets todos os dias na creche.

Sandra Moura - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Sandra Moura é anfitriã de cachorros em sua casa, em São Paulo
Imagem: Arquivo pessoal

Trabalhar com animais de estimação representa uma realização profissional e a minha independência financeira. Sou cachorreira de A a Z. Amo o meu trabalho.
Sandra Moura, anfitriã de pets

Diárias de R$ 60 a R$ 80

Márcia Alves e Luna - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Márcia Alves dos Santos e a Luna, de 6 meses, mais conhecida como lulu-da-pomerânia
Imagem: Arquivo pessoal

Márcia Alves dos Santos, 51, começou a cuidar de cães em 2016. Nessa época, ela ainda trabalhava meio período como coordenadora administrativa em uma construtora, em São Paulo. Chegava a ganhar R$ 10 mil por mês (entre salário e comissões).

No início, ela tinha quatro cachorros e cuidava, junto com a filha, de até mais seis pets. Hoje, ela tem dois animais de estimação (Kiara, de 10 anos, e Dorothy, de 18 anos) e cuida de mais quatro, pois está sozinha no serviço.

Ela não está cadastrada em nenhum app. Os animais são de tutores indicados por amigos. "Foi propaganda boca a boca", afirma. Os animais passam o dia em sua casa, no Jabaquara, em São Paulo. Só atende em casa cães de pequeno porte.

As diárias custam de R$ 60 a R$ 80. O cuidado com os pets envolve alimentação, limpeza dos olhos e das patas, escovação dos pelos, brincadeiras e passeios. Ela também atende outros animais (gatos e macacos) na casa dos tutores. Para este serviço, ela cobra R$ 100 mais o custo do deslocamento (ida e volta).

Em média, ela fatura R$ 2.000 por mês. Na alta temporada (meses de férias) chega a tirar R$ 10 mil. Para atender mais cães, ela contrata ajudantes temporários.

Sou louca por animais. Quando visitava meus avós no interior de São Paulo, tinha contato com criações de gado, cavalo, porcos e galinhas. Aqui em São Paulo sempre tive pets, como cães, coelhos, gatos e até um galinho garnizé que era despertador do bairro.
Márcia Alves dos Santos, cuidadora de pets

'É prazer remunerado'

Fernando Alvarenga - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Fernando Alvarenga trabalha transportando pets, no Rio
Imagem: Arquivo pessoal

Foi o estresse no trabalho que levou Fernando Alvarenga, 40, a pedir demissão em fevereiro. Ele atuava como segurança do trabalho e ganhava entre R$ 3.000 e R$ 4.000 por mês. "Optei por sair da empresa pois tive crises de ansiedade aguda, por causa da pressão no meio corporativo", diz.

Um mês depois, ele começou a trabalhar como "motorista de pet". Ele faz, em média, de 10 a 15 viagens por dia pelo aplicativo PetDriver. Ele atua na zona sul do Rio de Janeiro.

Ele uniu o útil ao agradável. "Eu adoro dirigir e amo pets", afirma ele, que é tutor de quatro cachorros.

Grande parte das viagens é levar os cães, sem os tutores, da casa para a creche, e vice-versa. O serviço inclui fotografar os pets utilizando o peitoral e o cinto de segurança. Alvarenga já fez viagens intermunicipais e até socorreu um cachorro em emergência. O transporte também é compatível para todos os animais de estimação, como gatos (dentro da caixinha) e pássaros (em gaiola).

Ele tira na faixa de R$ 3.200 a R$ 3.400 por mês. E nem sempre trabalha nos finais de semana.

Ganho menos agora, mas tenho qualidade de vida, o que nunca tive em nenhuma das áreas em que atuei. Trabalhar com pets é um prazer remunerado.
Fernando Alvarenga, motorista da PetDriver

Confira aplicativos que oferecem trabalho com pets

1) DogHero

Do valor cobrado, 25% fica com a empresa. Inclui os serviços:

Dog walker: A pessoa faz passeios com o pet. Normalmente, o serviço custa de R$ 15 a R$ 40, dependendo da duração do serviço e região.

Pet sitter: O trabalho é cuidar do pet na casa do tutor. Ele deve brincar, colocar comida, trocar o tapete higiênico ou caixa de areia. A duração da visita gira em torno de 1h. Ganha, em média, R$ 40 por pet e por hora.

Creche: O cuidador cuida do animal em sua própria casa, durante a ausência diurna do tutor. Ganha, em média, R$ 45 por pet e por dia.

Anfitrião: O pet é recebido na casa do anfitrião. O serviço é mais indicado para longos períodos de ausência do tutor, como finais de semana, feriados e férias). Ganha, em média, R$ 50 por pet e por dia.

Mais informações: https://doghero.com.br/seja-heroi-doghero

O app está disponível para Android (no Google Play) e iOS (na Apple Store).

2) Pet Anjo (é uma empresa da Cobasi)

Do valor cobrado, 25% fica com a empresa. Inclui os serviços:

Hospedagem Pet: É cobrado por diária. Os preços vão de R$ 21 a R$ 120.

Creche Pet: É cobrado por dia. Os preços vão de R$ 13 a R$ 80.

Pet Sitter: É cobrado por hora/visita. Os preços vão de R$ 18 a R$ 80.

Dog Walker: É cobrado por hora/passeio. Os preços vão de R$ 15 a R$ 68.

Adestramento: É cobrado por aula de 40 minutos. Os preços vão de R$ 80 a R$ 120.

Segundo a empresa, esse é um valor médio mínimo e máximo, porque cada profissional tem a liberdade de cobrar um valor específico, confirme sua localidade e experiência.

Mais informações: https://petanjo.com/seja-um-anjo

O app está disponível para Android (no Google Play) e iOS (na Apple Store).

3) PetDriver

A empresa fica com 30% do valor da corrida.

A plataforma conecta motoristas a tutores de animais domésticos e estabelecimentos pet. Atua no Rio, São Paulo e Curitiba.

Para ser um 'chofer' de pet, o motorista precisa cumprir algumas exigências. Uma delas é ter pet ou já ter tido contato com animais de estimação. É preciso pagar uma adesão de R$ 299.

A média de ganho chega a R$ 1.600 por semana (já livre de taxas). O cálculo considera cerca de 50 a 55 corridas concluídas.

Mais informações: https://www.petdriver.com.br/motorista

O app está disponível para Android (no Google Play) e iOS (na Apple Store).