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Rendimento dos planos de previdência piora no último ano

Do UOL, em São Paulo

20/03/2013 06h00

Uma pesquisa das consultorias NetQuant e Towers Watson mostra um quadro frustrante para os investidores que guardam dinheiro para a aposentadoria em planos de previdência privada.

O levantamento com 705 fundos de previdência (VGBLs e PGBLs) mostra que o rendimento desses produtos caiu drasticamente nos últimos 12 meses.

VGBL é o plano de previdência indicado para investidores que usam a declaração simplificada do Imposto de Renda. O PGBL, para aqueles que fazem a declaração completa.

Funcionam como fundos de investimentos, mas com uma vantagem: o IR sobre os ganhos não é cobrado a cada semestre (como nos fundos tradicionais), mas no período de saque dos recursos acumulados.

À semelhança dos fundos, esses planos de previdência também usam o dinheiro do investidor para aplicar em títulos públicos e privados (papéis que rendem juros) e ações, dependendo da modalidade.

Renda fixa tem desempenho ruim; renda variável, ainda pior

O levantamento das consultorias mostra que o rendimento médio dos planos de previdência mais conservadores foi de apenas 0,15% em fevereiro deste ano. Em fevereiro do ano passado, foi estimado em 0,76%.

O quadro piora no caso dos planos de previdência mais agressivos (que possuem ações na composição).

Considerando os planos com possibilidade de investir até 15% do patrimônio em renda variável, o rendimento médio estimado foi uma perda de 0,28%.

Já no caso dos planos ainda mais agressivos, que permitem a aplicação de até 49% do patrimônio em renda variável, a perda estimada foi de 0,93%.

O que aconteceu nesses 12 meses? O ajuste da taxa básica de juros (que afeta os ganhos dos investimentos mais conservadores) para o menor nível histórico; um novo período de queda na Bolsa de Valores.

Marcelo Nazareth, sócio da consultoria NeQuant, sugere que o investidor preste atenção na estratégia do gestor do seu plano de previdência.

Como a aposentadoria é um plano financeiro de longo prazo (pelo menos dez anos), a ideia é que esse gestor opte por produtos financeiros que favoreçam ganhos no longo prazo, como títulos públicos (pedaços da dívida do governo) com prazo de vencimento em décadas. 

"Qualquer plano de previdência [de renda fixa] que teve ganhos acima de 14% no ano passado provavelmente carrega títulos de longo prazo", afirma.

Para os investidores com perfil mais conservador (menos tolerante a perdas), a desvantagem dessa estratégia é que o rendimento tende a ser mais instável.

A ideia é que, no longo prazo, essas eventuais perdas sejam mais que compensadas pelo ganho superior proporcionado pela aplicação.