Primeira parcela do 13º dos aposentados começa a ser paga; veja como usar
Aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) começam a receber, nesta quinta-feira (24), a primeira parcela do 13º salário, junto com o pagamento do benefício de setembro.
Como usar bem esse dinheiro?
Se tem dívidas, pague
Para quem tem dívidas, o conselho é quitar estas dívidas ou antecipar parcelas, segundo o professor de Finanças do Insper e da FIA-USP Ricardo José de Almeida. "Faça uma triagem de quais são as dívidas mais caras, que têm mais juros".
As taxas de juros dos empréstimos estão muito altas. Por exemplo, o juro do rotativo do cartão de crédito em agosto atingiu 403,5% ao ano, segundo dados do Banco Central.
Mesmo que o empréstimo seja consignado, que tem as menores taxas de juros do mercado (27,8% ao ano em agosto, segundo o BC), ainda assim vale usar o dinheiro para diminuir ou mesmo abater de vez essa dívida.
Não faça consignado para parentes
Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), aconselha o aposentado a não se endividar nem fazer empréstimos para ninguém.
Segundo o executivo, diferentemente de um empréstimo normal, em que o devedor tem a opção de deixar de pagar e ficar com o nome sujo, no empréstimo consignado não há essa possibilidade. "O desconto já vem no rendimento do aposentado, ele não tem como postergar. Muitas vezes, o filho ou neto não pagam essa dívida."
Se não deve nada, guarde
Se não tem dívidas, o dinheiro extra deve ser reservado para uma poupança. Se essa é uma recomendação normal em tempos de bonança, em época de crise a recomendação é redobrada.
"A situação é mais grave do que há um ano. Tivemos uma subida muito forte da inflação, e a inflação da terceira idade é ainda mais alta, pois há gastos fixos com remédios e plano de saúde, por exemplo. Como o benefício não acompanhou a alta da inflação, já houve uma perda do poder de compra. Então, é preciso ter um cuidado adicional", afirma Oliveira.
Veja as dicas:
1) Livre-se das dívidas
- Segundo Ribeiro de Oliveira, nenhuma aplicação rende o tanto que é cobrado de juros por um empréstimo. Enquanto os juros do consignado variam de 1,9% a 3% ao mês, uma aplicação financeira em renda fixa paga, em média, 0,82% líquido ao mês
- Quem está devendo no cheque especial ou cartão de crédito precisa se precaver ainda mais. A taxa de juros dessas linhas de crédito pode chegar a 403,5% ao ano, segundo dados colhidos pelo Banco Central em agosto. Por isso, se não for possível quitar a dívida com o 13º, procure trocar essa dívida do cheque especial ou do cartão de crédito por outra que cobre juros menores, como o próprio consignado ou empréstimo pessoal
- Ainda com relação às dívidas: não se endivide por parentes
2) Invista o dinheiro
- Os aposentados devem ter bastante cuidado ao escolher a aplicação
- Ricardo Almeida sugere a compra de títulos do Tesouro Direto que protejam contra a inflação (Tesouro IPCA+). Mas, nesse caso, é preciso prestar atenção ao prazo da aplicação, que não deve ser muito longo, a menos que o aposentado seja jovem. "Há títulos para 2019 que pagam IPCA + 7,6% ao ano, um ótimo investimento", diz
- Títulos do Tesouro atrelados à taxa Selic são uma boa opção de mais curto prazo
- A caderneta de poupança deve ser evitada, pois está perdendo da inflação. "Nesse caso, é melhor que o aposentado coloque o dinheiro num fundo de curto prazo com taxa de administração inferior a 1,5% ao ano", diz Ribeiro de Oliveira
- Evite a aplicações em renda variável, como Bolsa de Valores, e também em planos de previdência (que são investimentos de longo prazo), a não ser que já aplique neles
3) Pense nas despesas da virada de ano
- Não se esqueça das grandes despesas da virada do ano
- Janeiro é um mês de gastos elevados, com IPTU e IPVA, além das próprias parcelas que começam a cair para quem exagerou nas compras de Natal
- Por isso, é aconselhável guardar uma parte do 13º para esses gastos
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