Vai receber pagamento do Tesouro IPCA+ 2019 hoje? Veja onde reinvestir
Téo Takar
Do UOL, em São Paulo
15/05/2019 04h00
Você possui o título público Tesouro IPCA+ (antiga NTN-B) 2019, que vence hoje? Já sabe o que vai fazer com o dinheiro? Se você pretende reinvestir a grana, veja dicas dos especialistas para aplicar em outros títulos no próprio Tesouro Direto ou para diversificar seus investimentos com fundos multimercados, fundos de ações e CDBs.
O Tesouro Direto, plataforma de investimentos para pessoas físicas do Tesouro Nacional, pagará hoje R$ 9 bilhões a cerca de 122 mil investidores. Trata-se do maior vencimento de títulos desde que o Tesouro Direto foi criado, em 2002. O montante corresponde a pouco mais de 15% do total investido pelas pessoas físicas em títulos públicos (R$ 57 bilhões).
Segundo os especialistas, o Tesouro Direto continua sendo um bom negócio para o investidor que busca ganhos maiores do que na poupança, quer proteger o dinheiro da inflação e não tem apetite por aplicações mais arriscadas, como a Bolsa de Valores.
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"Em geral, o investidor do Tesouro Direto é mais conservador. Ele gosta de contar com a segurança do governo para comprar títulos de longo prazo e que oferecem liquidez diária. É a primeira opção de investimento para fugir do óbvio, que é a poupança ou o fundo do banco", disse Rafael Giovani, diretor da Necton Investimentos.
Combine títulos no Tesouro Direto
A sugestão da Necton é que o investidor distribua o dinheiro recebido hoje entre três títulos do Tesouro:
- 50% no Tesouro IPCA+ 2024
- 25% no Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2050
- 25% no Tesouro Selic
"Os títulos indexados ao IPCA garantem proteção contra inflação e ainda pagam um juro real (acima da inflação) da ordem de 4% ao ano. O título mais longo, para 2050, visa aproveitar um eventual prêmio extra, caso o Banco Central decida reduzir ainda mais a taxa Selic por causa da fraca atividade econômica", afirmou Giovani.
Já a parcela aplicada no Tesouro Selic deve funcionar como uma espécie de proteção contra as turbulências do mercado provocadas pelas discussões no Congresso para aprovação da reforma da Previdência, segundo o especialista.
Diversifique com outros produtos
O investidor também pode diversificar e aplicar parte dos recursos recebidos hoje em outros produtos financeiros, como CDBs, LCAs e LCIs, que são títulos emitidos pelos bancos, ou em debêntures, que são papéis emitidos por empresas.
"Fundos multimercados e de ações também podem fazer parte da carteira de investimentos, se o dinheiro puder ficar aplicados por mais tempo", disse Fábio Macedo, diretor comercial da Easynvest.
A instituição montou três sugestões de carteiras de investimento, de acordo com o prazo que o investidor pretende manter os recursos aplicados:
Curto prazo:
- 30% em renda fixa com liquidez diária (Tesouro Selic, fundo DI ou CDB com liquidez)
- 30% em renda fixa prefixada ou indexada ao IPCA (Tesouro prefixado, Tesouro IPCA)
- 30% em renda fixa privada (CDBs, LCA, LCI, debêntures)
- 10% em fundos multimercados
Médio prazo:
- 20% em renda fixa com liquidez diária (Tesouro Selic, fundo DI ou CDB com liquidez)
- 30% em renda fixa prefixada ou indexada ao IPCA (Tesouro prefixado, Tesouro IPCA)
- 30% em renda fixa privada (CDBs, LCA, LCI, debêntures)
- 10% em fundos multimercados
- 10% em fundos de ações
Longo prazo:
- 20% em renda fixa com liquidez diária (Tesouro Selic, fundo DI ou CDB com liquidez)
- 20% em renda fixa prefixada ou indexada ao IPCA (Tesouro prefixado, Tesouro IPCA)
- 20% em renda fixa privada (CDBs, LCA, LCI, debêntures)
- 20% em fundos multimercados
- 20% em fundos de ações