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Não sabe em qual fundo investir? Veja ranking com melhores do 1º trimestre

Téo Takar

Do UOL, em São Paulo

09/04/2019 04h00

Como você escolhe um fundo na hora de investir? Segue a sugestão do gerente do banco? Seleciona aleatoriamente um nome na lista de produtos oferecidos pela sua corretora? Essa é uma dúvida frequente dos investidores. A grande variedade de produtos no país -- há cerca de 16 mil fundos -- é um fator que dificulta a escolha. Um critério de seleção simples e objetivo é olhar o rendimento acumulado pelo fundo em determinados períodos.

A fornecedora de informações financeiras Economatica elaborou, a pedido do UOL, um ranking dos fundos que tiveram os melhores desempenhos no primeiro trimestre de 2019. Foram analisadas as três principais categorias: renda fixa, multimercados e ações. Clique aqui para baixar as tabelas com os 20 melhores fundos de cada categoria.

Embora os ganhos passados não sejam garantia de lucros futuros, a rentabilidade em um determinado período é um bom parâmetro de comparação. Especialistas orientam que o investidor olhe diversas janelas de tempo, como os últimos três meses, seis meses, um ano, dois anos e desde a criação do fundo.

Um fundo pode merecer seu investimento se ele costuma render mais do que seus concorrentes de forma consistente tanto em períodos curtos como em prazos mais longos. Quando o mercado financeiro está numa fase otimista, como aconteceu no primeiro trimestre, o trabalho dos gestores de fundos fica mais fácil, logo eles têm a obrigação de entregar bons resultados.

O ranking elaborado pela Economatica mostra que a maioria dos fundos superou com folga os indicadores de referência do mercado. O Ibovespa, principal índice de ações, subiu 8,56% no primeiro trimestre, enquanto o CDI, parâmetro para a renda fixa, acumulou alta de 1,51%.

Títulos atrelados à inflação turbinam renda fixa

O fundo BTG Pactual Tesouro IPCA Longo FI RF apresentou o melhor desempenho entre os fundos de renda fixa analisados, com ganho de 7,59% no primeiro trimestre, rendimento equivalente a 501,66% do CDI no período. Na sequência aparecem os fundos Icatu Vanguarda FC FI Inflação Longa RF (ganho de 7,34%) e Western Asset Inflation Gold FICFI RF (5,95%).

Segundo a Economatica, os três fundos têm como característica comum o investimento em títulos públicos de longo prazo indexados à inflação, conhecidos como Tesouro IPCA+ (antiga NTN-B). A forte valorização desses papéis refletiu o otimismo dos investidores com o governo de Jair Bolsonaro, a expectativa de aprovação da reforma da Previdência neste ano e a possibilidade de nova redução da taxa básica de juros, a Selic.

Investimento no exterior ajuda multimercados

Os fundos multimercados são os que apresentam maior diversidade de investimentos nas suas carteiras. O gestor pode escolher colocar na carteira do fundo desde títulos de renda fixa até ações no Brasil e no exterior, passando por papéis vinculados a taxas de juros ou a moedas estrangeiras.

O ranking mostra que os fundos com estratégias baseadas no desempenho do índice de ações norte-americanas S&P 500 apresentaram os melhores resultados no trimestre. O S&P 500 registrou o melhor primeiro trimestre desde 1998, com alta de 13,07%. Esses fundos também carregam em suas carteiras títulos públicos atrelados à inflação e algumas ações brasileiras.

No topo do ranking de multimercados, ficaram os fundos Versa Long Biased FI Multimercado (15,98%), M Square Global Equity Managers Institucional (14,52%) e Itaú Private Mult S&P500 BRL FICFI (13,58%).

Fundos de ações apostam no Brasil e no exterior

Pelo menos 40 dos 203 fundos de ações analisados pela Economatica superaram o desempenho do Ibovespa no primeiro trimestre. Uma análise das carteiras dos fundos com maiores ganhos revela uma combinação de papéis brasileiros, como Petrobras e Cemig, com ações estrangeiras, como a da Amazon.

O maior ganho foi registrado pelo fundo BB Ações Energia FI, que rendeu 14,52% no trimestre, ou 5,95% acima da variação do Ibovespa (8,56%). Na sequência aparecem os fundos Safra Consumo Americano FC FIA BDR (14,06%) e Western Asset FIA Bdr Nivel I (13,82%).

Quais foram os critérios utilizados

O ranking elaborado pela Economatica utilizou alguns critérios para a seleção dos fundos. Foram considerados aqueles que apresentam um tamanho relevante, com no mínimo 500 cotistas.

Foram excluídos os fundos fechados (restritos a um grupo de investidores) e também produtos com características específicas, como fundos de Previdência, FIDCs (Direitos Creditórios), imobiliários, FGTS e fundos que investem em apenas uma ação.

As gestoras responsáveis pelos fundos listados aparecem na coluna do meio de cada tabela. Há tanto instituições ligadas a grandes bancos, como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander, como gestoras independentes, como Versa, Polo Capital, Safari Capital e Sparta.

Em geral, os fundos dos bancos são encontrados apenas nas plataformas de investimento dessas instituições e podem não ser oferecidos para todos os clientes. Porém, você pode utilizar os dados do ranking com os melhores fundos do país para comparar o desempenho com os produtos que o banco lhe oferece.

Já os fundos de gestoras independentes costumam estar disponíveis para qualquer investidor nas plataformas de investimento online das corretoras. Se você ficou interessado em algum dos produtos do ranking, pesquise na corretora onde você possui conta se o produto é oferecido.

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