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Fundo de ações é opção para quem quer investir na Bolsa, mas não conhece

Vinicius Pereira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/07/2018 04h00

Com a taxa básica de juros baixa, investimentos em renda fixa costumam ter rendimentos menos atraentes. Nesse novo Brasil, de taxas menores, o investidor precisa diversificar as aplicações financeiras para obter melhores resultados e retornos mais gordos.

Investir uma parte dos recursos na Bolsa é uma das recomendações de especialistas, dentro desse processo de diversificação. O problema é que muitos dos pequenos investidores não têm conhecimento suficiente para saber quais papéis escolher nem têm tempo para acompanhar de perto o andamento das ações.

Os fundos de ações são uma alternativa para quem quer investir na Bolsa, mas não tem conhecimento nem tempo para tal. Bancos e corretoras já oferecem esse tipo de produto aos clientes. Antes de se arriscar, porém, é importante entender como funciona esse investimento. Veja mais abaixo.

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O que são fundos de ações?

De forma geral, os fundos de ações são grupos que reúnem o dinheiro de diversos investidores e compram ações de empresas listadas na Bolsa de Valores. Eles são comandados por um gestor profissional, que atua com auxílio de uma equipe de analistas. Eles estudam as empresas com ações no mercado e decidem onde colocar os recursos captados.

O interessado, por sua vez, compra cotas desse fundo. É diferente do que acontece no mercado acionário tradicional, onde o investidor compra diretamente ações, que correspondem a pequenos percentuais das empresas.

Por um lado, o investidor não participa das decisões tomadas pelo fundo. Por outro, com uma administração profissional, o fundo tem chances maiores de obter retornos positivos se comparado a um investidor que conhece pouco o mercado acionário.

Renda variável

É uma aplicação de renda variável. Por isso, não dá para saber de antemão quanto o dinheiro investido irá render. Isso vai depender do desempenho das ações escolhidas pelo fundo. Uma forma de ter uma ideia melhor sobre o fundo é analisar seu rendimento passado, mas tendo em mente que é apenas uma referência, pois rendimento passado não é garantia de rendimento futuro.

"[O cliente] deve observar a qualidade do tipo de gestão, se ela tem capacidade para performar. Olhar um pouco a análise passada, se você continua com a mesma equipe performando bem, é um bom indicador", disse Richard Wahba, diretor-geral da gestora Garín Investimentos.

A partir de R$ 1.000

O investimento inicial varia entre os produtos dos bancos e corretoras, mas já é possível encontrar fundos de ações que permitem investir a partir de R$ 1.000.

Quais os tipos de fundos?

Ao todo, há 1.931 fundos que operam no país, de acordo com os dados mais recentes da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Os mais comuns são os fundos de ações chamados de Livres, que não têm a obrigação de seguir uma estratégia específica e possuem até 30 ações no portfólio.

Há outros produtos com características um pouco diferentes, como:

  • Fundo de ações setorial: o gestor pode aplicar os recursos apenas em ações de empresas de um setor predeterminado;
  • Fundo de ações de small caps: os recursos são, em sua maioria, aplicados em empresas não listadas no Ibovespa, principal índice de ações do Brasil;
  • Fundo de ações de dividendos: aplica os recursos em empresas que historicamente pagam bons retornos a quem possui ações;
  • Fundos de ações indexados: estão ligados a algum índice.

Quais os riscos?

Como toda aplicação de renda variável, investir em fundos de ações tem riscos. O montante investido para a aquisição de cotas pode simplesmente cair --como também pode subir.

Por isso, é aconselhável aplicar apenas uma parte de seus recursos nesse produto, principalmente neste momento em que a Bolsa brasileira passa por turbulências por causa do cenário externo e das incertezas sobre as eleições no Brasil.

Segundo especialistas consultados pelo UOL, fundos de ações são indicados para investidores de perfil moderado a agressivo, ou seja, que aceitam correr algum tipo de risco em busca de um rendimento maior. Além disso, é um investimento indicado para longo prazo.

"Se, mesmo com a oscilação do mercado, você não quer perder recursos, você pode ser considerado um investidor conservador. Agora, o [investidor] arrojado aceita mais risco para ter retornos maiores, e é para esse perfil que são indicados os fundos [de ações]", disse Helena de Araujo Passeri, economista e coordenadora da Bem Gasto.

Quais os custos?

Para ter uma gestão profissional dos recursos há um preço. O investidor paga, anualmente, uma taxa de administração para o banco ou corretora. De acordo com dados da Anbima, a média da taxa foi de 2,09% ao ano em junho.

Alguns fundos também cobram uma taxa de performance, ou seja, caso o gestor consiga resultados acima do esperado, ele também recebe uma porcentagem do lucro. Isso serve para estimular o desempenho dos gestores, segundo especialistas.

A tributação incide apenas ao resgatar os recursos, e é de 15% do lucro recebido. O lado positivo é que, nos fundos de ações, não existe o come-cotas, um tipo de desconto que incide em fundos de renda fixa ou multimercados, por exemplo.

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