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Cinco mentiras financeiras que o impedem de ficar rico -e como fugir delas

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/04/2018 04h00

Diante da tentação de comprar algo, mesmo estando sem dinheiro, quem nunca disse a si mesmo "ah, eu mereço" ou "eu não consigo resistir"? Saiba que você caiu na armadilha de usar desculpas esfarrapadas ou contar mentiras a si mesmo para sentir-se menos culpado por gastar mais do que deveria. 

"O antídoto para evitar essas mentiras financeiras são os sonhos e os propósitos de vida. São eles que vão proporcionar a motivação necessária para uma mudança do seu comportamento financeiro", diz o educador financeiro Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).

Nem no 1º de abril a mentira financeira deveria ser liberada. Veja abaixo cinco frases que as pessoas costumam usar para encobrir uma mentira financeira:

1) "Eu mereço"

Quase todo mundo tem um sonho: uma festa, uma viagem, a casa própria. Quanto mais dinheiro for gasto com compras supérfluas ou esporádicas, menos dinheiro é direcionado para realizar esse sonho.

"É a própria pessoa que costuma ser a primeira a sabotar sua verdadeira felicidade", diz Domingo. Para ele, é realmente difícil resistir às compras, diante de promoções, ofertas, descontos e tentações por todo lado. 

A solução é ter seus objetivos de vida bem definidos, para ter força e não sair da rota do consumo consciente. E complemente a frase 'eu mereço' com 'eu mereço algo muito maior lá na frente'

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2) "Eu preciso"

Preciso mesmo? E preciso agora? São essas perguntas que você deve fazer antes de comprar um determinado produto ou contratar um serviço. "Antes de tudo, é preciso avaliar se há mesmo essa necessidade de comprar aquilo naquele momento", diz Domingos.

Para ele, o consumo consciente deve vir após o planejamento financeiro e a pesquisa de preços em, no mínimo, três locais diferentes.

Precisamos nos educar financeiramente para viver de maneira mais saudável e sustentável, realizando sonhos que possuem valor para nós mesmos, não apenas para fazer bonito ou impressionar os outros.

3) "Estou infeliz"

"Você se sente infeliz e, por isso, compra para se sentir feliz. Mas essa felicidade é genuína ou é momentânea?", pergunta Domingo. Para ele, realizar sonhos é o que realmente gera a felicidade duradoura. 

Quem reconhece que está infeliz precisa, em vez de buscar satisfação em compras, equilibrar o momento presente com a projeção de um futuro de realizações.

Para facilitar a busca por esses sonhos, Domingos diz que as pessoas devem ter ao menos três objetivos: um de curto prazo (de até um ano), um de médio prazo (de um a dez anos) e outro de longo prazo (acima de dez anos). Ele sugere responder a quatro perguntas para ter certeza dessas realizações: Qual o meu sonho? Quanto ele custa? Quanto vou guardar para realizá-lo? E em quanto tempo?

4) "Não consigo resistir"

Quem não consegue resistir provavelmente precisa de organização financeira, diz Domingos. "Por que, em vez de planejar e consumir com consciência, a pessoa prefere se deixar levar pelo momento?", pergunta.

Segundo o educador, a pessoa que conhece sua própria situação financeira tende a ter mais pulso firme e disciplina na hora de resistir aos impulsos de consumo desnecessário.

Antes de sair gastando, muita gente não faz ideia de quanto dinheiro existe em sua conta no banco. Só com educação financeira é que se acaba com esse comportamento.

5) "Eu tenho condições"

Ter condições de gastar com compras supérfluas também não é um bom sinal, porque indica que a administração do seu dinheiro não está sendo eficaz, diz Domingo.

A melhor forma de utilizar o seu dinheiro é seguindo à risca um bom planejamento. Portanto, se sobrou dinheiro no final do mês, reveja se há sonhos que podem ser antecipados ou novos objetivos a serem priorizados, para redirecionar esses recursos.

Para Domingo, é preciso mudar a forma como pensamos nosso orçamento, colocando os sonhos e as prestações já contraídas antes das despejas supérfluas. "E ainda ter uma reserva estratégica para possíveis eventualidades, a fim de não precisar mexer no dinheiro reservado para os seus sonhos e as prestações", diz.

Se não sabe responder a estas 5 questões, será muito difícil ficar rico

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