Katherine Rivas

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Reportagem

Quanto rendem R$ 10 mil e R$ 5.000 nas ações que pagam acima da Selic?

A renda fixa pode ser a queridinha com o aumento da Selic, mas ainda há diversas ações que podem pagar seus investidores no mesmo patamar. Com a Selic no patamar de 10,75% ao ano, 15 ações da Bolsa brasileira podem ter um retorno em dividendos (dividend yield) superior à taxa básica de juros nos próximos 12 meses.

A projeção é de Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria. É considerada a premissa de que as empresas devem manter a mesma política de distribuição de dividendos dos últimos 12 meses e ter um lucro igual ou maior ao registrado no último ano.

Mas quanto será que renderiam R$ 10 mil e R$ 5.000 nestas ações? Simulação de Felipe Pontes, diretor de gestão de patrimônio na Avantgarde Asset Management, revela que na Petrobras (PETR4), R$ 10 mil aplicados renderiam dividendos de R$ 1866 em um ano ou R$ 155,50 por mês.

Para o cálculo, foi considerada a mediana de dividend yield destas ações nos últimos cinco anos ou desde a abertura de capital para as novatas. O cenário é sem reinvestimento, ou seja, o investidor recebeu os dividendos e os gastou. Apenas Anima (ANIM3) não teve o valor simulado, porque a mediana de dividend yield é zero por falta de histórico de pagamentos da companhia nos últimos anos. Veja abaixo simulações.

Quanto rendem R$ 10 mil nestas ações?

Petrobras (PETR4)

  • Mediana de dividend yield: 18,66%
  • Rendimento anual de R$ 10 mil: R$ 1.866
  • Rendimento mensal de R$ 10 mil: R$ 155,50

Petrobras (PETR3)

  • Mediana de dividend yield: 17,04%
  • Rendimento anual de R$ 10 mil: R$ 1.704
  • Rendimento mensal de R$ 10 mil: R$ 142
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Bradespar (BRAP4)

  • Mediana de dividend yield: 12,93%
  • Rendimento anual de R$ 10 mil: R$ 1.293
  • Rendimento mensal de R$ 10 mil: R$ 107,75

Auren (AURE3)

  • Mediana de dividend yield: 12,08%
  • Rendimento anual de R$ 10 mil: R$ 1.208
  • Rendimento mensal de R$ 10 mil: R$ 100,67

Siderúrgica Nacional (CSNA3)

  • Mediana de dividend yield: 11,71%
  • Rendimento anual de R$ 10 mil: R$ 1.171
  • Rendimento mensal de R$ 10 mil: R$ 97,58
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Metal Leve (LEVE3)

  • Mediana de dividend yield: 11,23%
  • Rendimento anual de R$ 10 mil: R$ 1.123
  • Rendimento mensal de R$ 10 mil: R$ 93,58

Metalúrgica Gerdau (GOAU4)

  • Mediana de dividend yield: 10,82%
  • Rendimento anual de R$ 10 mil: R$ 1.082
  • Rendimento mensal de R$ 10 mil: R$ 90,17

Copasa (CSMG3)

  • Mediana de dividend yield: 10,81%
  • Rendimento anual de R$ 10 mil: R$ 1.081
  • Rendimento mensal de R$ 10 mil: R$ 90,08
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Brasilagro (AGRO3)

  • Mediana de dividend yield: 10,73%
  • Rendimento anual de R$ 10 mil: R$ 1.073
  • Rendimento mensal de R$ 10 mil: R$ 89,42

Vale (VALE3)

  • Mediana de dividend yield: 10,42%
  • Rendimento anual de R$ 10 mil: R$ 1.042
  • Rendimento mensal de R$ 10 mil: R$ 86,83

Cemig (CMIG4)

  • Mediana de dividend yield: 9,92%
  • Rendimento anual de R$ 10 mil: R$ 992
  • Rendimento mensal de R$ 10 mil: R$ 82,67
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Cemig (CMIG3)

  • Mediana de dividend yield: 8,78%
  • Rendimento anual de R$ 10 mil: R$ 878
  • Rendimento mensal de R$ 10 mil: R$ 73,17

Vulcabras (VULC3)

  • Mediana de dividend yield: 3,89%
  • Rendimento anual de R$ 10 mil: R$ 389
  • Rendimento mensal de R$ 10 mil: R$ 32,42

Even (EVEN3)

  • Mediana de dividend yield: 2,26%
  • Rendimento anual de R$ 10 mil: R$ 226,00
  • Rendimento mensal de R$ 10 mil: R$ 18,83
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Quanto rendem R$ 5.000 nestas ações?

Petrobras (PETR4)

  • Mediana de dividend yield: 18,66%
  • Rendimento anual de R$ 5.000: R$ 933
  • Rendimento mensal de R$ 5.000: R$ 77,75

Petrobras (PETR3)

  • Mediana de dividend yield: 17,04%
  • Rendimento anual de R$ 5.000: R$ 852
  • Rendimento mensal de R$ 5.000: R$ 71

Bradespar (BRAP4)

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  • Mediana de dividend yield: 12,93%
  • Rendimento anual de R$ 5.000: R$ 646,5
  • Rendimento mensal de R$ 5.000: R$ 53,88

Auren (AURE3)

  • Mediana de dividend yield: 12,08%
  • Rendimento anual de R$ 5.000: R$ 604
  • Rendimento mensal de R$ 5.000: R$ 50,33

Siderúrgica Nacional (CSNA3)

  • Mediana de dividend yield: 11,71%
  • Rendimento anual de R$ 5.000: R$ 585,5
  • Rendimento mensal de R$ 5.000: R$ 48,79

Metal Leve (LEVE3)

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  • Mediana de dividend yield: 11,23%
  • Rendimento anual de R$ 5.000: R$ 561,5
  • Rendimento mensal de R$ 5.000: R$ 46,79

Metalúrgica Gerdau (GOAU4)

  • Mediana de dividend yield: 10,82%
  • Rendimento anual de R$ 5.000: R$ 541
  • Rendimento mensal de R$ 5.000: R$ 45,08

Copasa (CSMG3)

  • Mediana de dividend yield: 10,81%
  • Rendimento anual de R$ 5.000: R$ 540,5
  • Rendimento mensal de R$ 5.000: R$ 45,04

Brasilagro (AGRO3)

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  • Mediana de dividend yield: 10,73%
  • Rendimento anual de R$ 5.000: R$ 536,5
  • Rendimento mensal de R$ 5.000: R$ 44,71

Vale (VALE3)

  • Mediana de dividend yield: 10,42%
  • Rendimento anual de R$ 5.000: R$ 521
  • Rendimento mensal de R$ 5.000: R$ 43,42

Cemig (CMIG4)

  • Mediana de dividend yield: 9,92%
  • Rendimento anual de R$ 5.000: R$ 496
  • Rendimento mensal de R$ 5.000: R$ 41,33

Cemig (CMIG3)

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  • Mediana de dividend yield: 8,78%
  • Rendimento anual de R$ 5.000: R$ 439
  • Rendimento mensal de R$ 5.000: R$ 36,58

Vulcabras (VULC3)

  • Mediana de dividend yield: 3,89%
  • Rendimento anual de R$ 5.000: R$ 194,5
  • Rendimento mensal de R$ 5.000: R$ 16,21

Even (EVEN3)

  • Mediana de dividend yield: 2,26%
  • Rendimento anual de R$ 5.000: R$ 113
  • Rendimento mensal de R$ 5.000: R$ 9,42

Quais são as mais interessantes para dividendos no momento?

Petrobras (PETR4) e Cemig (CMIG4) são as melhores opções apontadas pelos especialistas.

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Gabriel Duarte, analista da Ticker Research, explica que a Petrobras é uma das maiores petroleiras do mundo, com expertise em águas profundas. Além de ter um endividamento baixo, a companhia possui um baixo custo de extração de petróleo. "Isso faz com que ela tenha boa capacidade de geração de renda ao acionista, mesmo em momentos de queda no preço do barril de petróleo", pontua.

O analista cita que a Petrobras está barata e que o governo ainda precisa dos dividendos para ter maiores receitas. No curto prazo, o DY pode passar de 12%, diz Júlio Borba, analista da Benndorf Research, e por isso é a melhor alternativa para quem busca dividendos robustos no curto prazo.

Entre os riscos de investir na empresa, Borba enumera a possibilidade de um subsídio exagerado aos combustíveis. Mas isso está longe de acontecer dado o patamar atual da inflação, que ainda não extrapolou os limites. Outro ponto de atenção seria um aumento no capex (investimentos), o que também não vem ocorrendo porque a economia está crescendo, na visão do analista.

No caso da Cemig, o setor no qual a companhia está inserida oferece uma certa previsibilidade na geração de receitas. Enquanto a empresa possui um endividamento controlado, que permite que ela invista em crescimento e ainda assim gere renda através de proventos, diz Duarte. A elétrica também possui uma margem operacional acima de 20% nos últimos anos e um Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) na casa dos 18%. "Esses indicadores sinalizam uma rentabilidade adequada considerando as características da companhia", avalia Sergio Biz, analista focado em dividendos e sócio do GuiaInvest.

Biz acredita que a Cemig tem potencial de entregar dividendos robustos nos próximos 12 meses, diante de possíveis resultados fortes para as elétricas. O motivo é que com as secas afetando o país, algumas hidrelétricas estão com dificuldade de gerar energia, o que poderia elevar os preços da energia no mercado livre, beneficiando o resultado de algumas empresas inseridas neste segmento.

Ainda entre as empresas consideradas como oportunidade, os analistas enxergam dividendos interessantes para Vulcabras (VULC3), Metalúrgica Gerdau (GOAU4), Copasa (CSMG3), Vale (VALE3), Bradespar (BRAP4) e Metal Leve (LEVE3).

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Cuidado! Pode ser furada

Há algumas companhias na lista que podem acabar não entregando o dividendo projetado pelo levantamento e com as quais é melhor ter cautela na hora de investir. São estas: Auren (AURE3), Anima (ANIM3) e Even (EVEN3).

A Auren deve passar por um ciclo de dois a três anos sem dividendos robustos. Mas ao término deste período pode ter remunerações generosas, apontam os analistas. O motivo é a aquisição recente da AES Brasil (AESB3), que deve elevar o endividamento. "Se o processo de integração da companhia ocorrer dentro do esperado, a Auren poderia se tornar uma gigante no segmento de geração com capacidade de oferecer fortes distribuições", avalia o analista do GuiaInvest. Contudo, ainda muita coisa pode acontecer até a companhia atingir esse patamar.

Em relação a Anima, a companhia tem conseguido entregar bons números, mas o setor segue enfrentando desafios. "Pode ser uma armadilha para o investidor que busca renda. Por isso ficaria de fora", aconselha Duarte. Observando os pagamentos dos últimos cinco anos, a companhia só remunerou os seus acionistas nos últimos 12 meses e passou quatro anos sem pagar proventos.

Já no caso da Even, a companhia possui um endividamento elevado, de 2,25 dívida líquida sobre ebitda. Além disso, Bruno Oliveira, analista CNPI do Projeto Vida de Acionista, destaca que o aumento dos juros pode acabar penalizando os seus resultados, dado que empresas de construção civil costumam ser mais sensíveis a Selic. O setor no qual atua também não é perene, o que inviabiliza a companhia para uma estratégia de dividendos de longo prazo.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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