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Magazine Luiza (MGLU3) conversa com bancos sobre potencial capitalização, diz jornal; ações despencam

A família fundadora do Magazine Luiza (MGLU3) está conversando com bancos e investidores sobre uma potencial capitalização da companhia, segundo fontes informaram ao Pipeline, site de negócios do Valor Econômico. As ações da companhia despencam no Ibovespa nesta terça-feira (14), liderando as perdas do índice.

Perto das 12h10, as ações ordinárias de Magazine Luiza (MGLU3) recuavam 5,78%, cotadas a R$ 1,63. No mesmo horário, o Ibovespa subia 2,25%, a 123.122 pontos.

Segundo a publicação, a varejista avalia chamar um aumento de capital privado da ordem de R$ 2 bilhões, no qual os Trajano entrariam com cerca de metade deste volume. Atualmente, a família detém 56% do Magazine Luiza.

Ainda de acordo com o Pipeline, os bancos teriam recomendado à empresa colocar de pé a operação ainda neste ano ou logo na virada para 2024, mas sem definição de prazo. O tema ainda não submetido ao conselho.

Magazine Luiza (MGLU3) sai de prejuízo para lucro de R$ 331,2 milhões no 3T23 com 'ajuda' de créditos tributários

O Magazine Luiza (MGLU3) anunciou um lucro líquido de R$ 331,2 milhões no terceiro trimestre de 2023 (3T23), revertendo o prejuízo reportado no mesmo período do ano passado, de R$ 190,9 milhões.

resultado do Magazine Luiza, conforme apontado em seu novo balanço trimestral, foi apoiado principalmente pela reversão de créditos tributários.

"Com base nos precedentes judiciais e na opinião dos nossos assessores legais, o Magalu reconheceu neste trimestre créditos tributários, referentes a períodos anteriores a 2022, no total de R$ 688,7 milhões, sendo R$ 533,1 milhões de principal e R$ 155,6 milhões de atualização monetária", explicou o balanço do Magazine Luiza.

Desconsiderando a reversão dos créditos tributários, o resultado do Magalu no terceiro trimestre de 2023 foi negativo em R$ 143,4 milhões, cerca de 15,7% menor que o prejuízo observado no 3T22.

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A diminuição no prejuízo aconteceu mesmo com uma receita bruta 1,5% menor no 3T23, em comparação a 3T22, chegando a R$ 10,5 bilhões. Já a receita líquida, por sua vez, apresentou uma leve queda de 2,6% na base anual, a R$ 8,5 bilhões.

O relatório de resultados do Magazine Luiza também destacou o Ebtida ajustado da companhia, que encerrou o terceiro trimestre deste ano a R$ 487,5 milhões, cerca de 0,7% menor que o reportado em igual etapa de 2022. Por outro lado, a margem Ebitda foi de 5,7%, com ligeiro avanço anual de 0,1%.

Magazine Luiza vai diminuir seu patrimônio em R$ 322,1 milhões

conselho de administração do Magazine Luiza anunciou que a correção dos seus lançamentos contábeis, e que foram refletidos no formulário de informações trimestrais do 3T23, reflete um ajuste acumulado no patrimônio líquido da empresa no valor de R$ 829,5 milhões, já líquido de impostos e sem impacto no seu fluxo de caixa.

Foram reconhecidos neste trimestre o montante de R$ 688,7 milhões em créditos fiscais de PIS/COFINS em relação a bonificações que partiram de seus fornecedores, o que representa um valor líquido de impostos de R$ 507,4 milhões.

Levando em conta os ajustes, o patrimônio líquido do Magazine Luiza foi diminuído em R$ 322,1 milhões. Isso se deu após o anúncio de que a apuração, conduzida pelo Comitê de Auditoria, Riscos e Compliance da Companhia (CARC), pela TozziniFreire Advogados e PricewaterhouseCoopers, trouxe a conclusão de que era improcedente uma denúncia anônima registrada.

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A apuração apontou, segundo o Magazine Luiza, que "foram identificadas incorreções em lançamentos contábeis relacionadas ao período de competência do reconhecimento contábil de bonificações em determinadas transações comerciais, e decorrente do fato de certas notas de débito terem sido emitidas pela companhia e assinadas por fornecedores sem observar com precisão as obrigações de desempenho, em momento específico no tempo, conforme dispõe o CPC 47 - receita de contrato com cliente", diz o comunicado.

Goldman: resultados do Magalu vieram linha com expectativas

Em relatório, o Goldman apontou que os resultados do 3T23 do Magazine Luiza ficaram amplamente em linha com as expectativas, tanto nos níveis de receita quanto no Ebitda ajustado.

Segundo o banco, a fraca procura contínua pelas categorias principais da varejista, combinada com o foco da gestão na rentabilidade, resultou num crescimento anual "morno" nas lojas físicas e um declínio no 1P, parcialmente compensado por um crescimento mais notável no marketplace.

"A maior participação de 3P no mix, bem como o repasse de preços, beneficiaram a margem bruta, embora observemos que isso foi quase totalmente compensado por um maior índice de custos de vendas, gerais e administrativos (maiores gastos para impulsionar o crescimento em 3P e os efeitos da desalavancagem operacional)", apontaram os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini.

O Goldman lembra que a margem Ebitda do Magalu em outubro ficou entre 6% e 7% (versus 5,7% no 3T23), mas destaca que o período de vendas mais importante ainda está por vir, dada a relevância de novembro (Black Friday) e dezembro (vendas de final de ano) para o trimestre como um todo.

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Sobre as imprecisões na contabilização de descontos a fornecedores em períodos anteriores, informada pelo Magalu, o Goldman disse que elas "não são tão materiais quanto outras que observamos no setor no passado recente e não têm impacto no caixa". "Dito isto, esperamos que os investidores reajam inicialmente com uma maior percepção de risco", acrescentou.

O Goldman tem recomendação neutra para as ações de Magalu, com preço-alvo a R$ 2,80.

BB Investimentos: melhorias operacionais do Magalu foram ofuscadas por inconsistência contábil

Em relatório, o BB Investimentos considerou o resultado do Magazine Luiza misto.

Do lado positivo, a casa observou crescimento das vendas no marketplace, incremento da margem bruta permitindo anular a perda de alavancagem operacional e fluxo de caixa livre robusto. No lado oposto, notou que a Magazine Luiza teve mais um trimestre de prejuízo, com vendas fracas tanto nas lojas físicas quanto no on-line com estoque próprio (1P).

"Apesar de termos observado um avanço em alguns indicadores da operação da companhia, entendemos que o reconhecimento de inconsistências contábeis neste trimestre adicionou maior risco à tese de investimento, a ser incorporado em nosso modelo de avaliação nos próximos dias", disse o BB Investimentos, que colocou o preço-alvo para o final de 2024 em revisão.

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Magazine Luiza deverá se beneficiar de abordagem mais racional da taxa de juro, diz BTG

Em relatório, o BTG Pactual pontuou que os resultados do terceiro trimestre mostraram uma tendência de melhoria da lucratividade para a empresa, que espera persistir no quarto trimestre, mas que o volume geral de vendas da Magazine Luiza (GMV, na sigla em inglês) 1P continua em dificuldade.

"Entretanto, a Magazine Luiza deverá beneficiar da abordagem mais racional da taxa de juro e do seu modelo de negócio multicanal para alavancar a operação do mercado, juntamente com cortes nas taxas de juros no Brasil", disseram os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disseli e Pedro Lima.

O BTG tem recomendação de compra para as ações de Magazine Luiza, com preço-alvo a R$ 6,00.

Este material foi elaborado exclusivamente pelo Suno Notícias (sem nenhuma participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo nenhum tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco. Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.

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