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Como escolher sua previdência privada para buscar um futuro mais tranquilo

AscentXmedia/iStock
Imagem: AscentXmedia/iStock

Fernando Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/01/2023 11h00

Para quem quer ter um futuro mais tranquilo, é importante observar com atenção as diferentes opções de investimento.

Veja abaixo como funciona a previdência privada, os tipos de planos, os impostos, as taxas e as dicas para escolher a sua estratégia.

O que é a previdência privada?

De forma simples, os planos de investimento de previdência privada são oferecidos por bancos e corretoras. É um tipo de investimento de longo prazo para pessoas físicas, muito utilizado para complementar a renda que o beneficiário tem da aposentadoria pública.

Mas há outras opções no mercado com este objetivo, como os títulos de renda fixa, a exemplo dos CDBs ou do Tesouro Direto.

Existem planos de previdência abertos e fechados. Qual a diferença?

Como seu nome indica, a previdência aberta é aquele investimento que pode ser realizado por qualquer pessoa física. Assim, as administradoras devem seguir as regras da Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão do Ministério da Economia responsável por fiscalizar os mercados de previdência privada aberta, seguros, resseguros e capitalização.

Por outro lado, também existem os planos de previdência fechada. Eles são oferecidos somente a colaboradores de empresas e familiares.

PGBL ou VGBL?

Na hora da escolha, muita gente fica em dúvida sobre optar por um plano VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) ou PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre). Pois saiba que a principal diferença é o pagamento do Imposto de Renda.

VGBL: No caso do VGBL, o pagamento de impostos à Receita Federal incide sobre a rentabilidade, ou seja, sobre o valor que a pessoa receber da aplicação, deixando de fora o montante investido.

PGBL: O investidor deve pagar os tributos sobre o valor total investido no fundo.

  • O PGBL também oferece o benefício de fazer o abatimento do IR no ano em que o investidor fez o investimento. Então você deixa de pagar o IR no momento em que investe e transfere esse compromisso para o momento do resgate.
  • Para usufruir do benefício fiscal, porém, é preciso contribuir com a Previdência Social e fazer a declaração completa do Imposto de Renda. Com o limite da dedução definido em 12% sobre a base de cálculo do IR, o modelo é recomendado para quem tem dependentes e muitas despesas a deduzir.

É melhor escolher tributação regressiva ou progressiva?

Outra escolha a ser feita para quem deseja ter um plano de previdência privada é o regime de tributação.

Na tributação progressiva, a alíquota do Imposto de Renda vai de zero a 27,5%, de acordo com a renda no momento do resgate.

Como na tabela do IR, quem tem remuneração mensal da aposentadoria de até R$ 1.900 não precisa pagar o imposto. Paga o teto de 27,5% quem ganha a partir de R$ 4.664.

No regime de tributação regressiva, a taxa de IR vai de 35% a 10%

A redução é de 5% a cada dois anos. A pessoa começa pagando 35%, o que se estende até dois anos do aporte, e vai diminuindo até chegar a 10%, no período de dez anos da aplicação.

É possível mudar o regime após a contratação. Aliás, uma estratégia bastante utilizada é começar com a tributação progressiva, quando a pessoa ganha menos, e mudar para a regressiva depois.

Previdência conservadora, moderada e agressiva

Em todo tipo de investimento, há aplicações mais conservadoras e outras mais agressivas. Na previdência privada, não é diferente.

Se você vai se aposentar em breve, vale escolher um fundo previdenciário de renda fixa, que oscila menos e garante maior previsibilidade, assim como títulos públicos do Tesouro Direto e CDBs. Portanto, é considerado uma alternativa conservadora.

Há fundos prefixados, em que a taxa da remuneração é definida no momento da contratação, e os fundos pós-fixados, em que o retorno se dá pelo IPCA (indicador que mede a inflação no país) mais uma taxa preestabelecida, como 5% ao ano.

Na outra ponta, estão os fundos previdenciários de multimercado. Eles variam mais, mas podem pagar mais. Neste caso, o gestor do fundo tem à disposição diversos tipos de ativos para alcançar o resultado desejado, como a renda fixa, o mercado de ações e até mesmo derivativos (ativos que estão vinculados a ações, moedas, índices e commodities). Esses são considerados mais agressivos, já que os ganhos podem variar bastante.

Existem, ainda, os fundos previdenciários balanceados. No portfólio, é possível contemplar a renda fixa e a renda variável, o que os torna mais adequados para o investidor moderado.

Quais são as taxas?

Existem duas taxas que o investidor deve observar com atenção: a taxa de carregamento e a taxa de administração.

A taxa de carregamento é cobrada quando você faz a entrada no investimento ou quando faz o resgate. Outro caso da sua aplicação é quando há a portabilidade para outra empresa do setor. Segundo a legislação, a taxa de carregamento está limitada a 10% sobre o valor investido.

A taxa de administração é a remuneração que o gestor do fundo recebe para executar o seu serviço, assim como nos fundos de investimento.

Considerar apenas a rentabilidade ou um regime tributável mais favorável não é o bastante para fazer a melhor escolha do seu fundo de previdência.

É necessário levar em conta ainda o seu perfil de investidor (conservador, moderado ou arrojado), seu objetivo (como aposentadoria ou faculdade do filho), o período até começar a usufruir daquele ativo (10, 15 ou 20 anos) e os valores dos aportes mensais. Sem esquecer, é claro, das taxas.

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