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Quem comprou R$ 1.000 destas ações ganhou de R$ 525 a R$ 648 em 5 anos

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/02/2023 11h00

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Quem investiu R$ 1.000 em ações da Unipar (UNIP6) em 2018 já ganhou R$ 647,50 só em dividendos nos últimos cinco anos. Os pagamentos anuais foram de R$ 139, R$ 8, R$ 29,70, R$ 167 e R$ 303,80, diretos na conta, sem imposto de renda.

A Unipar (UNIP6), produtora de cloro e soda, foi a empresa que mais pagou dividendos nos últimos cinco anos. Além disso, no período, a ação subiu 410%, segundo levantamento feito pela TradeMap. Assim como aconteceu com a Vibra (VBBR3, antiga BR Distribuidora) e a Enauta (ENAT3), a Unipar teve bons lucros neste período por conta da alta do petróleo nesses últimos cinco anos.

Além da Unipar, a Taesa, grupo privado de transmissão de energia, a Enauta, de exploração de petróleo, a Transmissão Paulista e a Copel, também de distribuição de energia, foram as maiores pagadoras de dividendos dos últimos cinco anos. Veja abaixo quanto R$ 1.000 investidos nessas ações renderam nos últimos anos só em dividendos.

Que ações mais pagaram dividendos?

Como funciona o pagamento de dividendos?

  • Os dividendos são parte dos lucros da empresa que ela decide dividir com seus acionistas, inclusive os pequenos investidores.
  • Quando uma empresa paga o dividendo, ele cai direto na conta corrente do acionista, sem desconto de impostos.
  • O valor do dividendo, no entanto, é descontado da cotação da ação, já que o conjunto de todas as ações reflete o quanto a empresa vale. Com menos dinheiro no caixa, depois do pagamento de dividendos, a empresa vale menos.
  • O ganho para o investidor está em receber os rendimentos da ação sem o pagamento de impostos.

Quanto você teria ganho só com dividendos nos últimos cinco anos se tivesse investido R$ 1 mil nas ações que mais pagaram ações?

  1. Unipar (UNIP6) - R$ 648
  2. Taesa (TAEE11) - R$ 613
  3. Enauta (ENAT3) - R$ 524,60
  4. Transmissão Paulista (TRPL4) - R$ 524,20
  5. Copel (CPLE6) - R$ 508,70
  6. Copel (CPLE3) - R$ 495,70
  7. Romi (ROMI3) - R$ 456,90
  8. Cemig (CMIG4) - R$ 416,80
  9. Direcional (DIRR3) - R$ 391,90
  10. Vibra (VBBR3) - R$ 347

Fonte: TradeMap

O levantamento considerou os dividendos pagos de janeiro de 2019 a janeiro de 2023. São cinco janeiros, para formar a mediana das maiores pagadoras de dividendos.

E na média, quanto essas empresas pagam?

Para descobrir que empresas pagam bons dividendos constantemente, a TradeMap fez um levantamento que levou em conta só as ações que distribuem proventos todos os anos, entre janeiro de 2019 e janeiro de 2023, e com volume de negociação diário acima de R$ 5 milhões.

O cálculo exclui os extremos: dividendos muito altos ou muito baixos. Por isso, foi usada a mediana, que mostra a constância de bons pagamentos: o ponto médio entre o maior e o menor rendimento dos dividendos (DY) dos últimos cinco anos. É um cálculo importante para saber qual foi o retorno médio dessas ações por ano, para poder comparar com outros tipos de investimentos.

DY, ou Dividend Yeld, é o índice, em porcentagem, que mede o rendimento dos dividendos. Se uma ação, por exemplo, tem um DY de 10% isso quer dizer que o que você vai ganhar com dividendos e também juros sobre capital próprio (JCP) será igual a 10% do total que você investiu no papel. Quem aplicou, por exemplo, R$ 500, vai ter uma rentabilidade de R$ 50.

E quais são as dez melhores pagadoras dos últimos cinco anos? Qual foi a mediana do DY por ano?

  1. Unipar (UNIP6): 13,89%
  2. Taesa (TAEE11): 13,71%
  3. Enauta (ENAT3): 12,13%
  4. Direcional (DIRR3): 9,69%
  5. Romi (ROMI3): 9,36%
  6. Cemig (CMIG4): 8,99%
  7. Copel (CPLE6): 8,37%
  8. CTEEp (TRPL4): 8,07%
  9. Copel (CPLE3): 8,02%
  10. Vibra (VBBR3): 7,90%

Fonte: TradeMap/ Mediana DY de 23 de janeiro de 2019 a 23 janeiro de 2023

E qual foi o retorno total ao investir nessas ações?

O retorno total considera o pagamento de dividendos e o rendimento das ações no período. Ou seja, considera que, no lugar de pegar o pagamento dos dividendos e gastar a renda passiva, o investidor reinvestiu esse dinheiro no pagamento de novas ações. Veja abaixo o rendimento total dessas de janeiro de 2018 a fevereiro de 2023.

  1. Unipar (UNIP6): 315,18%
  2. Romi (ROMI3): 305,24%
  3. Copel (CPLE6): 255,76%
  4. Copel (CPLE3): 221,28%
  5. Direcional (DIRR3): 175,86%
  6. Taesa (TAEE11): 137,05%
  7. Enauta (ENAT3): 110,87%
  8. Transmissão Paulista (TRPL4): 75,56%
  9. Cemig (CMIG4): 62,01%
  10. Vibra Energia (VBBR3): -20,39%

"Geralmente o mercado calcula o rendimento da ação considerando o reinvestimento dos dividendos. A pessoa física estranha a diferença de rendimento quando ela não reinveste os dividendos, e isso mostra a importância de continuar reinvestindo para ganhar mais", diz Einar Rivero, da TradeMap.

E por que Vibra tem rendimento negativo? É porque as ações caíram muito no período, cerca de 40,51%. Então, apesar do pagamento de dividendos, o investidor teve prejuízo ao investir na ação.

Essas empresas vão continuar pagando bem?

É provável que sim, principalmente as do setor elétrico, como Taesa, Cemig, CTEEP (Transmissão Paulista) e Copel, dizem especialistas.

Esse é um setor que entrega bons dividendos historicamente, segundo Leonardo Piovesan, analista da Quantzed, casa de análise e empresa de educação para investidores.

Isso porque as concessionárias de energia elétrica não têm competição: cada empresa atua sozinha em sua área. Além disso, as tarifas são sempre ajustadas pela inflação ou até acima dela. E se o cliente não paga, o serviço é cortado. Ou seja, o risco de inadimplência é baixo.

Para o investidor, isso significa que o lucro dessas empresas é mais previsível que o de outras empresas. A não ser que aconteça algo fora da curva, os ganhos são mais previsíveis do que em outras empresas de capital aberto.

Se o petróleo continuar em alta, as empresas do setor também devem continuar pagando bem.

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