Quem comprou R$ 1.000 destas ações ganhou de R$ 525 a R$ 648 em 5 anos
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Quem investiu R$ 1.000 em ações da Unipar (UNIP6) em 2018 já ganhou R$ 647,50 só em dividendos nos últimos cinco anos. Os pagamentos anuais foram de R$ 139, R$ 8, R$ 29,70, R$ 167 e R$ 303,80, diretos na conta, sem imposto de renda.
A Unipar (UNIP6), produtora de cloro e soda, foi a empresa que mais pagou dividendos nos últimos cinco anos. Além disso, no período, a ação subiu 410%, segundo levantamento feito pela TradeMap. Assim como aconteceu com a Vibra (VBBR3, antiga BR Distribuidora) e a Enauta (ENAT3), a Unipar teve bons lucros neste período por conta da alta do petróleo nesses últimos cinco anos.
Além da Unipar, a Taesa, grupo privado de transmissão de energia, a Enauta, de exploração de petróleo, a Transmissão Paulista e a Copel, também de distribuição de energia, foram as maiores pagadoras de dividendos dos últimos cinco anos. Veja abaixo quanto R$ 1.000 investidos nessas ações renderam nos últimos anos só em dividendos.
Que ações mais pagaram dividendos?
Como funciona o pagamento de dividendos?
- Os dividendos são parte dos lucros da empresa que ela decide dividir com seus acionistas, inclusive os pequenos investidores.
- Quando uma empresa paga o dividendo, ele cai direto na conta corrente do acionista, sem desconto de impostos.
- O valor do dividendo, no entanto, é descontado da cotação da ação, já que o conjunto de todas as ações reflete o quanto a empresa vale. Com menos dinheiro no caixa, depois do pagamento de dividendos, a empresa vale menos.
- O ganho para o investidor está em receber os rendimentos da ação sem o pagamento de impostos.
Quanto você teria ganho só com dividendos nos últimos cinco anos se tivesse investido R$ 1 mil nas ações que mais pagaram ações?
- Unipar (UNIP6) - R$ 648
- Taesa (TAEE11) - R$ 613
- Enauta (ENAT3) - R$ 524,60
- Transmissão Paulista (TRPL4) - R$ 524,20
- Copel (CPLE6) - R$ 508,70
- Copel (CPLE3) - R$ 495,70
- Romi (ROMI3) - R$ 456,90
- Cemig (CMIG4) - R$ 416,80
- Direcional (DIRR3) - R$ 391,90
- Vibra (VBBR3) - R$ 347
Fonte: TradeMap
O levantamento considerou os dividendos pagos de janeiro de 2019 a janeiro de 2023. São cinco janeiros, para formar a mediana das maiores pagadoras de dividendos.
E na média, quanto essas empresas pagam?
Para descobrir que empresas pagam bons dividendos constantemente, a TradeMap fez um levantamento que levou em conta só as ações que distribuem proventos todos os anos, entre janeiro de 2019 e janeiro de 2023, e com volume de negociação diário acima de R$ 5 milhões.
O cálculo exclui os extremos: dividendos muito altos ou muito baixos. Por isso, foi usada a mediana, que mostra a constância de bons pagamentos: o ponto médio entre o maior e o menor rendimento dos dividendos (DY) dos últimos cinco anos. É um cálculo importante para saber qual foi o retorno médio dessas ações por ano, para poder comparar com outros tipos de investimentos.
DY, ou Dividend Yeld, é o índice, em porcentagem, que mede o rendimento dos dividendos. Se uma ação, por exemplo, tem um DY de 10% isso quer dizer que o que você vai ganhar com dividendos e também juros sobre capital próprio (JCP) será igual a 10% do total que você investiu no papel. Quem aplicou, por exemplo, R$ 500, vai ter uma rentabilidade de R$ 50.
E quais são as dez melhores pagadoras dos últimos cinco anos? Qual foi a mediana do DY por ano?
- Unipar (UNIP6): 13,89%
- Taesa (TAEE11): 13,71%
- Enauta (ENAT3): 12,13%
- Direcional (DIRR3): 9,69%
- Romi (ROMI3): 9,36%
- Cemig (CMIG4): 8,99%
- Copel (CPLE6): 8,37%
- CTEEp (TRPL4): 8,07%
- Copel (CPLE3): 8,02%
- Vibra (VBBR3): 7,90%
Fonte: TradeMap/ Mediana DY de 23 de janeiro de 2019 a 23 janeiro de 2023
E qual foi o retorno total ao investir nessas ações?
O retorno total considera o pagamento de dividendos e o rendimento das ações no período. Ou seja, considera que, no lugar de pegar o pagamento dos dividendos e gastar a renda passiva, o investidor reinvestiu esse dinheiro no pagamento de novas ações. Veja abaixo o rendimento total dessas de janeiro de 2018 a fevereiro de 2023.
- Unipar (UNIP6): 315,18%
- Romi (ROMI3): 305,24%
- Copel (CPLE6): 255,76%
- Copel (CPLE3): 221,28%
- Direcional (DIRR3): 175,86%
- Taesa (TAEE11): 137,05%
- Enauta (ENAT3): 110,87%
- Transmissão Paulista (TRPL4): 75,56%
- Cemig (CMIG4): 62,01%
- Vibra Energia (VBBR3): -20,39%
"Geralmente o mercado calcula o rendimento da ação considerando o reinvestimento dos dividendos. A pessoa física estranha a diferença de rendimento quando ela não reinveste os dividendos, e isso mostra a importância de continuar reinvestindo para ganhar mais", diz Einar Rivero, da TradeMap.
E por que Vibra tem rendimento negativo? É porque as ações caíram muito no período, cerca de 40,51%. Então, apesar do pagamento de dividendos, o investidor teve prejuízo ao investir na ação.
Essas empresas vão continuar pagando bem?
É provável que sim, principalmente as do setor elétrico, como Taesa, Cemig, CTEEP (Transmissão Paulista) e Copel, dizem especialistas.
Esse é um setor que entrega bons dividendos historicamente, segundo Leonardo Piovesan, analista da Quantzed, casa de análise e empresa de educação para investidores.
Isso porque as concessionárias de energia elétrica não têm competição: cada empresa atua sozinha em sua área. Além disso, as tarifas são sempre ajustadas pela inflação ou até acima dela. E se o cliente não paga, o serviço é cortado. Ou seja, o risco de inadimplência é baixo.
Para o investidor, isso significa que o lucro dessas empresas é mais previsível que o de outras empresas. A não ser que aconteça algo fora da curva, os ganhos são mais previsíveis do que em outras empresas de capital aberto.
Se o petróleo continuar em alta, as empresas do setor também devem continuar pagando bem.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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