OCDE recomenda amplas reformas para Brasil reduzir desigualdades
Brasília, 28 Fev 2018 (AFP) - O Brasil precisa realizar reformas para garantir um equilíbrio fiscal que permita fazer a economia crescer e a enorme desigualdade entre a população diminuir, afirmou nesta quarta-feira a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O estudo aponta para os problemas das contas do país, candidato a ingressar na OCDE, e recomenda uma gestão mais eficiente dos gastos sociais como forma de melhorar a distribuição de renda e dar sustentabilidade à dívida pública.
"O Brasil está novamente em um caminho de crescimento positivo, mas não há tempo para complacência", afirmou o secretário-geral do organismo, Angel Gurría, durante a apresentação de seu último relatório sobre o país em Brasília.
"É preciso continuar com o processo de reformas. É um 'state of mind' (estado de espírito). Tem que ser um processo constante (...). Sem uma reforma profunda, os gastos com Previdência Social mais que duplicarão e naturalmente seu impacto sobre as contas públicas será muito difícil de se sustentar", acrescentou.
A OCDE projetou que a economia brasileira vai crescer entre 2,2% e 2,4% em 2018 e disse que pode somar 1,4% adicional nos próximos 15 anos se reduzir suas barreiras comerciais, desenvolver seu mercado financeiro, diminuir os níveis de corrupção e facilitar a abertura de negócios.
"Os riscos relacionados aos acontecimentos políticos são grandes (...). A desigualdade permanece alta e as contas públicas se deterioraram substancialmente, exigindo amplas reformas para manter o progresso e o crescimento inclusivo", afirmou.
"Isso exigirá escolhas políticas difíceis, principalmente em relação à Previdência Social e às transferências sociais", segundo o texto.
O relatório aponta que a diferença de renda entre homens e mulheres supera em 10% a média dos países democráticos que integram a OCDE.
Entre os países da América Latina, apenas Chile e México fazem parte do grupo seleto, enquanto Peru, Colômbia e Brasil tentam entrar.
- Mais reformas -O Brasil fechou 2017 com déficit de 110,583 bilhões de reais nas contas públicas. O resultado foi um dos piores da série histórica.
As preocupações do mercado se ampliaram neste ano, quando as agências de classificação S&P Global Ratings, em janeiro, e Fitch, neste mês, rebaixaram a nota de risco soberano do Brasil, preocupadas com solvência do país, sobretudo após o engavetamento da reforma da Previdência.
A OCDE recomentou ao Brasil uma agenda que inclua um corte permanente de gastos, aumento gradual da idade de aposentadoria, formalização da independência do Banco Central, combate à corrupção e uma maior abertura de sua economia para investimentos.
E, apesar de reconhecer os avanços que, desde 2003 permitiram tirar 25 milhões de brasileiros da pobreza, considera o Brasil "um dos países mais desiguais do mundo".
Em sua passagem por Brasília, Gurría se reuniu com o presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.
Temer apresentou a candidatura do Brasil para ingressar na OCDE, instituição sediada em Paris que formula recomendações acerca de política econômica.
"Os Estados-membro adquirem certo status e ganham influência, tornando-se mais escutados nos debates sobre as políticas econômicas internacionais", explica Christophe Destais, diretor-adjunto do Centro de Estudos Prospectivos e de Informações Internacionais (CEPII), um centro francês de pesquisas econômicas.
O estudo aponta para os problemas das contas do país, candidato a ingressar na OCDE, e recomenda uma gestão mais eficiente dos gastos sociais como forma de melhorar a distribuição de renda e dar sustentabilidade à dívida pública.
"O Brasil está novamente em um caminho de crescimento positivo, mas não há tempo para complacência", afirmou o secretário-geral do organismo, Angel Gurría, durante a apresentação de seu último relatório sobre o país em Brasília.
"É preciso continuar com o processo de reformas. É um 'state of mind' (estado de espírito). Tem que ser um processo constante (...). Sem uma reforma profunda, os gastos com Previdência Social mais que duplicarão e naturalmente seu impacto sobre as contas públicas será muito difícil de se sustentar", acrescentou.
A OCDE projetou que a economia brasileira vai crescer entre 2,2% e 2,4% em 2018 e disse que pode somar 1,4% adicional nos próximos 15 anos se reduzir suas barreiras comerciais, desenvolver seu mercado financeiro, diminuir os níveis de corrupção e facilitar a abertura de negócios.
"Os riscos relacionados aos acontecimentos políticos são grandes (...). A desigualdade permanece alta e as contas públicas se deterioraram substancialmente, exigindo amplas reformas para manter o progresso e o crescimento inclusivo", afirmou.
"Isso exigirá escolhas políticas difíceis, principalmente em relação à Previdência Social e às transferências sociais", segundo o texto.
O relatório aponta que a diferença de renda entre homens e mulheres supera em 10% a média dos países democráticos que integram a OCDE.
Entre os países da América Latina, apenas Chile e México fazem parte do grupo seleto, enquanto Peru, Colômbia e Brasil tentam entrar.
- Mais reformas -O Brasil fechou 2017 com déficit de 110,583 bilhões de reais nas contas públicas. O resultado foi um dos piores da série histórica.
As preocupações do mercado se ampliaram neste ano, quando as agências de classificação S&P Global Ratings, em janeiro, e Fitch, neste mês, rebaixaram a nota de risco soberano do Brasil, preocupadas com solvência do país, sobretudo após o engavetamento da reforma da Previdência.
A OCDE recomentou ao Brasil uma agenda que inclua um corte permanente de gastos, aumento gradual da idade de aposentadoria, formalização da independência do Banco Central, combate à corrupção e uma maior abertura de sua economia para investimentos.
E, apesar de reconhecer os avanços que, desde 2003 permitiram tirar 25 milhões de brasileiros da pobreza, considera o Brasil "um dos países mais desiguais do mundo".
Em sua passagem por Brasília, Gurría se reuniu com o presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.
Temer apresentou a candidatura do Brasil para ingressar na OCDE, instituição sediada em Paris que formula recomendações acerca de política econômica.
"Os Estados-membro adquirem certo status e ganham influência, tornando-se mais escutados nos debates sobre as políticas econômicas internacionais", explica Christophe Destais, diretor-adjunto do Centro de Estudos Prospectivos e de Informações Internacionais (CEPII), um centro francês de pesquisas econômicas.
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