Aço, impostos e protecionismo: terreno minado para a reunião do G20
Buenos Aires, 17 Mar 2018 (AFP) - Aço, impostos às companhias tecnológicas e protecionismo: esses são os temas pendentes para os ministros das Finanças do G20, que se reúnem nesta segunda e terça-feira em Buenos Aires sob a ameaça de uma guerra comercial generalizada.
Esta reunião, a primeira da presidência argentina do G20, se anuncia particularmente tensa, pois será aberta a cinco dias da entrada em vigor das tarifas que os Estados Unidos decidiram impôr sobre as importações de aço e alumínio do mundo todo, com exceção de Canadá e México.
"Até agora, os ministros das Finanças se mostravam reativos a se ocupar do tema comercial, estimando que não era de sua competência", disse à AFP uma fonte próxima às negociações. "Mas, com a atual situação, não poderão evitar falar disso. A pergunta é até onde poderão chegar".
O Departamento do Tesouro americano anunciou que seu objetivo dentro do G20 é mobilizar-se contra "o problema" das práticas comerciais da China, que é membro deste grupo das 20 principais potências econômicas mundiais, e que frequentemente é criticada por sua superprodução de aço.
Mas Donald Trump, longe de se concentrar em Pequim, também mira a Europa. "Uma estratégia inusual que consiste em apontar para a China ameaçando os aliados dos Estados Unidos", definiu uma fonte europeia.
A reunião em Buenos Aires será, portanto, uma prova de coesão europeia, antes de uma reunião programada para a semana que vem entre UE e Estados Unidos sobre as tarifas sobre o aço e o alumínio.
"O importante é que a posição europeia seja coordenada e coesa. A Europa deve ficar isenta das tarifas americanas", garantem em Paris.
O G20 tratou o tema da superprodução chinesa em sua cúpula de 2016 e confiou à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) a tarefa de supervisionar os esforços chineses para frear sua oferta, tendo pouco sucesso.
- Sem consenso sobre os gigantes tecnológicos - A OCDE, que frequentemente se torna braço operacional do G20, enfrenta outro tema espinhoso: a tributação das grandes companhias tecnológicas americanas, como Google, Amazon, Facebook e Apple.
Em um relatório para a reunião de Buenos Aires, a OCDE afirma que não há consenso sobre como taxar esses gigantes da tecnologia, abrindo espaço para medidas unilaterais, como as que a Comissão Europeia pretende anunciar na próxima sexta-feira em Bruxelas.
O relatório da OCDE gerou a primeira advertência dos EUA a Bruxelas, antes mesmo do início da reunião de Buenos Aires. "Os Estados Unidos se opõe firmemente à proposta de qualquer país que aponte para as empresas digitais" por meio de tarifas especiais, disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
Em Buenos Aires, onde também se deve abordar o tema do bitcoin, o G20 deve estar em condições de poupar pelo menos uma polêmica: a do dólar.
No fórum econômico de Davos de janeiro passado, Mnuchin havia dito que preferia um dólar fraco, para desgosto dos países que exportam para os Estados Unidos.
O rascunho do comunicado final, objeto de intensas negociações, deve dissipar o temor de uma guerra de divisas usada em uma guerra comercial: "Nos absteremos de realizar desvalorizações competitivas e não usaremos a taxa de câmbio para fins competitivos".
Já a palavra "protecionismo" continua sendo a grande ausente do texto, substituídas por uma moderada crítica às "políticas orientadas para o interior".
Esta expressão, usada pela diretora do FMI, Christine Lagarde, segundo fontes consultadas pela AFP, reflete as dificuldades do G20 para chegar a um acordo.
arz/fka/gv/gm/ja/cc
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AMAZON.COM
APPLE INC.
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Esta reunião, a primeira da presidência argentina do G20, se anuncia particularmente tensa, pois será aberta a cinco dias da entrada em vigor das tarifas que os Estados Unidos decidiram impôr sobre as importações de aço e alumínio do mundo todo, com exceção de Canadá e México.
"Até agora, os ministros das Finanças se mostravam reativos a se ocupar do tema comercial, estimando que não era de sua competência", disse à AFP uma fonte próxima às negociações. "Mas, com a atual situação, não poderão evitar falar disso. A pergunta é até onde poderão chegar".
O Departamento do Tesouro americano anunciou que seu objetivo dentro do G20 é mobilizar-se contra "o problema" das práticas comerciais da China, que é membro deste grupo das 20 principais potências econômicas mundiais, e que frequentemente é criticada por sua superprodução de aço.
Mas Donald Trump, longe de se concentrar em Pequim, também mira a Europa. "Uma estratégia inusual que consiste em apontar para a China ameaçando os aliados dos Estados Unidos", definiu uma fonte europeia.
A reunião em Buenos Aires será, portanto, uma prova de coesão europeia, antes de uma reunião programada para a semana que vem entre UE e Estados Unidos sobre as tarifas sobre o aço e o alumínio.
"O importante é que a posição europeia seja coordenada e coesa. A Europa deve ficar isenta das tarifas americanas", garantem em Paris.
O G20 tratou o tema da superprodução chinesa em sua cúpula de 2016 e confiou à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) a tarefa de supervisionar os esforços chineses para frear sua oferta, tendo pouco sucesso.
- Sem consenso sobre os gigantes tecnológicos - A OCDE, que frequentemente se torna braço operacional do G20, enfrenta outro tema espinhoso: a tributação das grandes companhias tecnológicas americanas, como Google, Amazon, Facebook e Apple.
Em um relatório para a reunião de Buenos Aires, a OCDE afirma que não há consenso sobre como taxar esses gigantes da tecnologia, abrindo espaço para medidas unilaterais, como as que a Comissão Europeia pretende anunciar na próxima sexta-feira em Bruxelas.
O relatório da OCDE gerou a primeira advertência dos EUA a Bruxelas, antes mesmo do início da reunião de Buenos Aires. "Os Estados Unidos se opõe firmemente à proposta de qualquer país que aponte para as empresas digitais" por meio de tarifas especiais, disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
Em Buenos Aires, onde também se deve abordar o tema do bitcoin, o G20 deve estar em condições de poupar pelo menos uma polêmica: a do dólar.
No fórum econômico de Davos de janeiro passado, Mnuchin havia dito que preferia um dólar fraco, para desgosto dos países que exportam para os Estados Unidos.
O rascunho do comunicado final, objeto de intensas negociações, deve dissipar o temor de uma guerra de divisas usada em uma guerra comercial: "Nos absteremos de realizar desvalorizações competitivas e não usaremos a taxa de câmbio para fins competitivos".
Já a palavra "protecionismo" continua sendo a grande ausente do texto, substituídas por uma moderada crítica às "políticas orientadas para o interior".
Esta expressão, usada pela diretora do FMI, Christine Lagarde, segundo fontes consultadas pela AFP, reflete as dificuldades do G20 para chegar a um acordo.
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