Fed diz que guerra comercial implica riscos 'transcendentais'
Washington, 22 Ago 2018 (AFP) - Uma intensificação nas atuais disputas comerciais dos Estados Unidos implica riscos "transcendentais" à economia, que poderiam complicar as ações do Federal Reserve (Fed, banco central americano), segundo documentos da entidade, divulgados nesta quarta-feira (22).
Os Estados Unidos impuseram tarifas de importação a centenas de produtos, sobretudo da China, e membros do Fed advertiram que isto causa aumento dos preços e pressão da inflação, segundo a minuta da reunião de política monetária da entidade nos dias 31 de julho e 1º de agosto.
A advertência é feita justamente no dia em que representantes de China e Estados Unidos retomam em Washington conversas interrompidas em junho para reduzir seu pleito comercial.
No entanto, com a maior economia mundial em crescimento sustentado e seu mercado de trabalho cada vez mais ajustado, vários membros do Fed disseram que certamente "em breve" será necessário voltar a elevar as taxas de juros.
Economistas e investidores dão por certo que o Fed elevará as taxas em sua reunião de setembro e em seguida na de dezembro. O Fed já dispôs este ano de dois aumentos, um em março e outro em junho.
"Vários participantes disseram que os dados que recebiam confirmavam sua atual visão das perspectivas econômicas e que provavelmente seria apropriado dar outro passo em breve", diz a minuta.
"Novos aumentos graduais" permitirão a expansão da economia dos Estados Unidos e assegurar "as sólidas condições do mercado de trabalho", enquanto a inflação se mantém em torno da meta de 2%, segundo o Fed.
No entanto, o documento evidenciou a preocupação pelo impacto das disputas comerciais com a China e outros parceiros nos negócios dos Estados Unidos. Integrantes do Fed disseram ter um aumento nos custos de produção e uma incerteza crescente que atrase investimentos.
Esta não foi a primeira vez que o Fed demonstrou preocupação com o protecionismo comercial, mas jamais o tinha expressado tão claramente.
Todos os integrantes do Fed destacaram "os atuais desacordos comerciais e as medidas comerciais propostas como uma importante fonte de incerteza e riscos".
Além disso, a maioria ressaltou que "uma intensificação das disputas comerciais constitui um potencial risco transcendental para a atividade".
Um conflito comercial em maior escala poderia prejudicar a confiança das empresas, dos investimentos e do emprego, advertiram.
"Mais ainda, aumentos generalizados de tarifas alfandegárias também poderiam reduzir o poder de compra dos lares americanos", acrescenta a minuta.
O setor agrícola tem sido prejudicado pelas quedas nos preços atribuídas em parte às guerras comerciais, destacou o Fed.
E mesmo quando o BC americano se mostrou otimista sobre o panorama da economia, também advertiu que o crescimento elevado de 4,1% do PIB no trimestre abril-junho "pode ter sido impulsionado por fatores transitórios"; entre eles o aumento das exportações.
As vendas ao exterior cresceram fortemente entre abril e junho, quando os importadores chineses saíram para se abastecer de soja americana antes de Pequim impor tarifas de represália em julho.
Os Estados Unidos impuseram tarifas de importação a centenas de produtos, sobretudo da China, e membros do Fed advertiram que isto causa aumento dos preços e pressão da inflação, segundo a minuta da reunião de política monetária da entidade nos dias 31 de julho e 1º de agosto.
A advertência é feita justamente no dia em que representantes de China e Estados Unidos retomam em Washington conversas interrompidas em junho para reduzir seu pleito comercial.
No entanto, com a maior economia mundial em crescimento sustentado e seu mercado de trabalho cada vez mais ajustado, vários membros do Fed disseram que certamente "em breve" será necessário voltar a elevar as taxas de juros.
Economistas e investidores dão por certo que o Fed elevará as taxas em sua reunião de setembro e em seguida na de dezembro. O Fed já dispôs este ano de dois aumentos, um em março e outro em junho.
"Vários participantes disseram que os dados que recebiam confirmavam sua atual visão das perspectivas econômicas e que provavelmente seria apropriado dar outro passo em breve", diz a minuta.
"Novos aumentos graduais" permitirão a expansão da economia dos Estados Unidos e assegurar "as sólidas condições do mercado de trabalho", enquanto a inflação se mantém em torno da meta de 2%, segundo o Fed.
No entanto, o documento evidenciou a preocupação pelo impacto das disputas comerciais com a China e outros parceiros nos negócios dos Estados Unidos. Integrantes do Fed disseram ter um aumento nos custos de produção e uma incerteza crescente que atrase investimentos.
Esta não foi a primeira vez que o Fed demonstrou preocupação com o protecionismo comercial, mas jamais o tinha expressado tão claramente.
Todos os integrantes do Fed destacaram "os atuais desacordos comerciais e as medidas comerciais propostas como uma importante fonte de incerteza e riscos".
Além disso, a maioria ressaltou que "uma intensificação das disputas comerciais constitui um potencial risco transcendental para a atividade".
Um conflito comercial em maior escala poderia prejudicar a confiança das empresas, dos investimentos e do emprego, advertiram.
"Mais ainda, aumentos generalizados de tarifas alfandegárias também poderiam reduzir o poder de compra dos lares americanos", acrescenta a minuta.
O setor agrícola tem sido prejudicado pelas quedas nos preços atribuídas em parte às guerras comerciais, destacou o Fed.
E mesmo quando o BC americano se mostrou otimista sobre o panorama da economia, também advertiu que o crescimento elevado de 4,1% do PIB no trimestre abril-junho "pode ter sido impulsionado por fatores transitórios"; entre eles o aumento das exportações.
As vendas ao exterior cresceram fortemente entre abril e junho, quando os importadores chineses saíram para se abastecer de soja americana antes de Pequim impor tarifas de represália em julho.
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