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Governo argentino nega fracasso econômico e atribui crise a turbulências

30/08/2018 11h46

Buenos Aires, 30 Ago 2018 (AFP) - O governo de Mauricio Macri negou nesta quinta-feira (30) um "fracasso econômico" da Argentina e atribuiu a crise cambial a vulnerabilidades internas e turbulências externas, ao mesmo tempo que se comprometeu a avançar com as mudanças estruturais do país.

"Não estamos diante de um fracasso econômico. É uma mudança profunda (do país), estamos bem encaminhados", disse o chefe de Gabinete, Marcos Peña, na abertura do Conselho das Américas em Buenos Aires.

"Estamos muito convencidos de que há um rumo claro, de que vamos sair fortalecidos desta crise", completou o homem de confiança de Macri.

Após a queda expressiva de 6,99% do peso argentino na quarta-feira (29), a moeda era negociada a 35,79 pesos por dólar no início da sessão de quinta-feira, uma desvalorização de 3,66% em relação ao fechamento da véspera, com uma baixa acumulada de 12% na semana.

Peña atribuiu a desconfiança dos mercados à história da Argentina nos últimos 70 anos, com sucessivos governos que não fizeram o suficiente para remediar problemas estruturais.

"Somos o país que mais vezes violou os contratos internacionais no mundo, que mais vezes mentiu e enganou os demais e que demonstrou uma vez ou outra, até agora, que não está disposto a buscar o equilíbrio fiscal para depender de seus próprios recursos", admitiu o chefe de Gabinete.

Peña insistiu que o caminho adotado pelo governo Macri, desde que assumiu o poder em dezembro de 2015, é "de equilíbrio fiscal, de desenvolvimento e crescimento".

Atribuiu as últimas turbulências cambiais às "vulnerabilidades estruturais" que foram expostas após os problemas surgidos, resultado de uma seca histórica que afetou o setor agrícola, principal gerador de divisas na Argentina, e de "uma mudança de contexto financeiro e comercial no mundo, fundamentalmente a partir das tensões entre Estados Unidos e China".

Neste sentido, Peña defendeu o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que concedeu um empréstimo de US$ 50 bilhões a três anos, e que se mostrou disposto a acelerar as parcelas do auxílio financeiro. "Não há soluções mágicas, tem que ir pela verdade, completou.