Banco Mundial pede para reduzir 'carga' da dívida dos países pobres
Washington, 5 Out 2020 (AFP) - O presidente do Banco Mundial, David Malpass, pediu nesta segunda-feira (5) para reduzir a "carga da dívida" dos países pobres, destacando que a moratória acordada a pedido do G20 não é suficiente.
"A suspensão do serviço da dívida é um recurso temporário importante, mas não é suficiente", declarou Malpass em uma conversa virtual em Frankfurt antes das reuniões de outono boreal do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O diretor destacou que existem "muitos credores" que não participam na moratória, o que faz com que o alívio da dívida seja muito "superficial" para responder às necessidades orçamentárias dos países.
Uma iniciativa para suspender o serviço da dívida foi anunciada em abril e entrou em vigor em 1o de maio por um ano.
Esta iniciativa beneficia mais de 70 países pobres, incluindo Honduras, Haiti e Nicarágua. O Banco Mundial e o FMI querem prolongá-la até o final de 2021.
Malpass reiterou que o acordo prevê diferir o pagamento, mas não reduzir o valor da dívida.
"Levando em consideração a intensidade da pandemia, deveríamos agir com urgência para reduzir significativamente a dívida dos países com problemas de superendividamento", afirmou.
Na semana passada, a diretora gerente do FMI, Kristalina Georgieva, alertou no mesmo sentido sobre o risco da moratória de muitos países, se as medidas temporárias de alívio da dívida não se prolongarem e se os contratos não forem revisados.
Malpass pediu a participação de todos os credores e que haja uma transparência total sobre os termos da dívida existente.
O FMI e o Banco Mundial realizam suas reuniões de outono boreal na próxima semana em Washington, o segundo encontro semestral virtual devido à pandemia.
Malpass voltou a reiterar que a pandemia apagou os progressos alcançados em várias décadas de combate à pobreza no mundo.
"As novas projeções do Banco Mundial sobre a pobreza sugerem que daqui a 2021, entre 110 a 150 milhões de pessoas a mais vão cair na pobreza extrema, passando a viver com menos de 1,9 dólar por dia", explicou.
O chefe do banco explicou que isso significa que mais de 1,4% da população mundial estará em situação de pobreza extrema.
Dt/lo/ode/an/mr/aa
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.