Duque pede retirada de reforma tributária alvo de protestos na Colômbia
Bogotá, 2 Mai 2021 (AFP) - O presidente da Colômbia, Iván Duque, pediu neste domingo (2) ao Parlamento para retirar um projeto de reforma tributária que provocou protestos multitudinários e reiterou que apresentará uma nova iniciativa excluindo as propostas mais polêmicas da anterior.
"Solicito ao Congresso da República a retirada do projeto apresentado pelo ministério da Fazenda e tramitar em caráter de urgência um novo projeto, fruto dos consensos, e assim evitar a incerteza financeira", disse em discurso, cercado da vice-presidente e de ministros.
Desde a sexta-feira, o presidente conservador havia anunciado que reformularia o projeto promovido por ele e rejeitado por milhares de pessoas que o acusaram de sacrificar a classe média em plena pandemia de covid-19 e tomaram as ruas das principais cidades do país desde a quarta-feira.
Mas o anúncio não acalmou os manifestantes, que voltaram a protestar no sábado.
Neste domingo, Duque detalhou os alcances da nova proposta, que excluirá o aumento do IVA sobre bens e serviços e a ampliação da base de contribuintes ao imposto de renda, os pontos mais controversos da "Lei de solidariedade sustentável".
A reforma é necessária para "dar estabilidade fiscal ao país, proteger os programas sociais dos mais vulneráveis e gerar condições de crescimento depois dos efeitos provocados pela pandemia de covid-19", defendeu o presidente, que tem uma popularidade baixa (33%).
A nova lei, concertada com partidos políticos, setor privado e sociedade civil, se concentrará em taxar temporariamente as empresas e as classes sociais mais abastadas.
Entre outras coisas, a reforma terá uma tarifa temporária sobre a renda das empresas, um imposto sobre o patrimônio, os dividendos e pessoas de maior renda, assim como a aposta em aprofundar programas de austeridade do Estado, acrescentou.
Em 2020, o PIB da quarta maior economia da América Latina encolheu 6,8%: seu pior desempenho em meio século. O desemprego disparou para 16,8% em março e 3,5 milhões de pessoas caíram na pobreza em meio à crise econômica provocada pela pandemia.
Desde 6 de março de 2020, quase 2,9 milhões de pessoas contraíram o coronavírus no país, das quais 74.215 morreram.
dl/gma/mvv
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